A besta domesticada pela religião é momentaneamente contida, embora, vez por outra dê lá suas escapadelas com as ‘irmãs’ nas vigílias noturnas do templo. Acaba que vira pastor e casa com Roberta. Mas a lembrança de Martinha o atormenta até que um dia se encontram. E aí já se sabe:
“Fui. Talvez não devesse ter ido. Lembrei-me da maçã no paraíso, mas a queda é uma vertigem de prazer inegável. O corpo vai, mesmo quando a alma desconfia que o pecado ali está. Já estava casado com Roberta – mulher de Deus! – e lembrava a minha falecida mãe. “Uma demônia essa filha da Sueli!” Mas o diabo seduz e, habitando em mim, conhece-me bem, sabe de minhas fraquezas e meus amores. O cão é tão somente outro eu em mim. Mas eu só iria perceber isso bem mais tarde, depois de morto, porque é preciso morrer para entender as coisas da vida”.
Romance