O poder ultrajovem apresenta o já conhecido olhar crítico de Carlos Drummond de Andrade para os fatos do cotidiano e sua fascinação pela infância. Dividido em cinco crônicas, o texto que dá título ao livro figura ao lado de outras preciosidades: 79 textos em prosa e verso que esbanjam leveza, sensibilidade e muita ternura. O título foi publicado pela primeira vez em 1972, ano em que Drummond completou 70 anos. Estes como outros de seus escritos são tão atemporais que dão a impressão de terem sido criados ontem.
Crônicas como No restaurante, que abre o livro, encantam pelo seu incrível dom de narrar fatos curiosos e engraçados do dia a dia. O olhar atento para as inevitáveis transformações pelas quais vai passando uma cidade, como no caso do Rio e de tantas outras metrópoles, está em Adeus, Elixir de Nogueira.
Um tema, muito apreciado pelos brasileiros, presente no livro é o futebol, visto no poema Copa do mundo de 70 e na crônica sobre os 1000 gols de Pelé. Com talento incomparável, Drummond faz observações incríveis de fatos corriqueiros do cotidiano. Histórias contadas com graça e discernimento figuram ao lado de crônicas feitas em homenagem a grandes nomes da literatura brasileira, como Deusa em novembro, dedicada a Cecília Meireles. Esta nova edição de O poder ultrajovem é uma grande oportunidade de embarcar novamente neste trem de pura magia.
Nascido e criado na cidade mineira de Itabira, Carlos Drummond de Andrade levaria por toda a sua vida, como um de seus mais recorrentes temas, a saudade da infância. Precisou deixar para trás sua cidade natal ao partir para estudar em Friburgo e Belo Horizonte. O renomado escritor deixou uma vasta obra. Quando faleceu, em agosto de 1987, já havia destacado seu nome na literatura mundial. Com seus mais de 80 anos, considerava-se um "sobrevivente".
Literatura Brasileira / Crônicas