O leitor se inquietará com este povo do santo. Formado por um conjunto de ensaios e artigos escritos ao longo de três décadas para diferentes mídias e com propósitos diferentes, este trabalho guarda de comum a apreciação etnográfica atenta, singular e respeitosa das produções, reproduções e atualizações da cultura "material" do povo do santo (leia-se, povos dos santos).
Assim, renova-se uma tradição intelectual através de uma indagação polêmica que, de algum modo, atravessa todo o livro: Com quantas Áfricas se faz o mundo afro-brasileiro? Inventam-se as tradições. Felizmente!
Ainda uma palavra. O meu olhar para este conjunto de ensaios, deliciosamente escritos, repousou igualmente sobre o que deles pode-se compreender sobre negros e não-negros neste país: vivemos um sistema complexo de resistências e rendições. De todo modo, rendo-me aos encantos deste livro. Viva o povo do santo! Que viva o ponto do santo
- Caetana Maria Damasceno
Religião e Espiritualidade