O problema do Realismo em Machado de Assis

O problema do Realismo em Machado de Assis Gustavo Bernardo


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O problema do Realismo em Machado de Assis





Machado de Assis não é realista. A afirmação, que rompe com um dos maiores dogmas da Teoria da Literatura brasileira, é a ideia central do novo livro do escritor, ensaísta e professor Gustavo Bernardo, hoje um dos mais importantes nomes da reflexão sobre Literatura e Educação do Brasil. Em O problema do realismo de Machado de Assis, lançamento da Rocco que chega agora às livrarias, o autor busca mostrar como os escritos machadianos não condizem com a classificação a eles academicamente imposta, divulgada e ensinada em salas de aula por todo o país.

Nesta jornada audaciosa, que promete suscitar inúmeras discussões entre estudiosos da literatura, Gustavo Bernardo argumenta que aquilo que tem sido dito sobre a obra de Machado de Assis é efeito de uma Teoria Literária que se importa mais com a cronologia das publicações do que com o conteúdo delas. Para o professor, decidiu-se classificar Machado como realista simplesmente porque o “Bruxo do Cosme Velho” escreveu após famosos autores classificados como românticos. E nesta dicotomia entre o Romantismo, da ilusão, e o Realismo, da realidade como ela é, esqueceu-se de perceber como Machado de Assis era único: simplesmente machadiano.

Gustavo Bernardo nos mostra como vários críticos literários, filósofos e estudiosos da literatura machadiana tentaram enquadrar os textos de Machado de Assis, o melhor de nossos escritores, naquela que é considerada por muitos a melhor escola, o ponto mais alto da arte literária, isto é, o Realismo. Nessa obstinada tentativa, buscaram adjetivos, prefixos e sufixos diferentes para tentar colar um adesivo realista em Machado de Assis. Ele foi chamado de realista não naturalista, fenomenológico, e até enganoso. Para Gustavo Bernardo, tudo em vão. Apenas formas de mascarar a impossibilidade de classificar em algum gênero literário uma obra tão singular como a de Machado, que era, aliás, um crítico feroz do Realismo.

Neste novo livro, o professor expõe argumentos poderosos na tentativa de retirar de Machado um rótulo que ele próprio não gostaria de ter. O que Gustavo Bernardo nos apresenta é uma obra que tende a ser leitura obrigatória para quem, a partir de agora, quiser falar de literatura no Brasil e, principalmente, sobre Machado de Assis.

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on 9/8/17


O autor tenta argumentar, sempre com bom humor, que há um equívoco nos livros didáticos e estudos literários ao definirem Machado de Assis como um escritor realista, quando o próprio Machado não tinha uma opinião muito favorável em relação a esse estilo de época. Para quem é da área ou se interessa pelo tema, trata-se de uma leitura bem agradável, fugindo da excessiva terminologia técnica sem, contudo, ser superficial. Mas não é uma obra que vai revolucionar os estudos de teoria e crít... leia mais

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30/07/2011 15:24:19

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