Anderson Fonseca, em seu novo livro, une a política e a estética em parábolas e aforismos intensamente poderosos e sincronizados com nosso tempo – no qual ressurgem, pontualmente, ditadores que amordaçam a História, pensando em torná-la um objeto de sua coleção particular, eliminando aqueles que podem representar risco ao projeto (como podemos ler na narrativa Enterro). Ou o cinismo, que pode beirar ao disparate, e a natureza predatória e destrutiva, que querem dar mostras de certa piedade (O general bondoso). Há também a revelação terrível, exposta em Primavera. E, para o desfecho, Lobos, primos dos leopardos kafkianos que invadem o templo."