Ao intitular seu último livro de 'O reacionário', epíteto que, de tanto ouvir ligado ao seu nome, Nelson Rodrigues decidiu assumir para si, o autor resumiu toda a sua história de polemista. Sua obra jornalística, por sua vez, não pode ser relegada simplesmente à polêmica. Como escreveu Gilberto Freyre no prefácio à primeira edição de 'O reacionário', “o escritor-jornalista ou o jornalista-escritor é o que sobrevive ao jornal".
Pode resistir à prova tremenda de passar do jornal ao livro”. Nas 130 crônicas reunidas neste livro, publicadas entre março de 1967 e maio de 1974 nas colunas 'Memórias' do Correio da Manhã e 'Confissões' de O Globo, estão presentes ao mesmo tempo o vigor e a graça do estilo de Nelson Rodrigues. Prova de que, além de retratar uma época e contrariar o 'bem pensar', seus textos são alguns dos melhores momentos do gênero brasileiro por excelência, ao mesmo tempo jornalismo e literatura: a crônica.
Crônicas / Literatura Brasileira / Não-ficção / Política / Sociologia