A escrita deste livro se ancora na descrição de três substantivos, concebidos como conceitos da produção poética de João Cabral de Melo Neto: primeiro, o rio alçado a forma estética e síntese das dualidades nacionais; depois, a cidade topos e elo entre geografia e poética, definindo o lugar de origem do eu lírico, seu destino escolhido e a utopia do mundo justo; e, por fim, o poeta, em suas instâncias íntima e pública, oscilando entre ser e estar no mundo e na arte. Foram analisados poemas produzidos entre os anos 40 e o início dos anos 60, da estreia do jovem escritor à maturidade de poemas feitos às portas do golpe civil-militar de 1964. Tempo de percepção, para muitos intelectuais e artistas, do estrangulamento do otimismo da década anterior, animada pelas políticas desenvolvimentistas e pelo sonho de um país com maior participação popular.
Literatura Brasileira