O rio do sangue dos meninos pretos, uma fábula policialesca que se passa em um mundo onde não existem pretos, apenas um rio grande e vermelho que cresce a cada dia. Escrito sob uma iminente possibilidade de um presente que teme um futuro inenarrável, a obra conta a história de TioZito, Maria Raimunda e Rita, três sem-cor que, após acharem o corpo assassinado de um velho conhecido, decidem fugir como se soubessem que também seriam mortos. Nesta obra, ao mesmo tempo que lutam pela sua vida, os personagens refletem sobre sua própria identidade que foi tomada de forma cruel por muitas gerações. Quem seriam os pretos? Qual o mistério por trás do rio? Por que ninguém mais questiona o mesmo?
É um romance histórico com narrativa novelesca, contado a ouvintes do futuro uma importante mensagem: o mundo pode até deixar de ser racialmente preto, mas nunca deixará de ser culturalmente preto. O rio do sangue dos meninos pretos é uma história aterrorizante. Por meio do mistério de um rio com água de uma cor atípica que não para de crescer, o livro traz para o centro da narrativa uma problemática brasileira: o genocídio das pessoas pretas. A obra tece uma crítica antissionista a produção de armas em larga escala, que encontra nos corpos melaninados seus alvos preferenciais, fortalecendo um sistema de extermínio vigente na sociedade brasileira.
Ficção