Esta crônica romanceada descreve com fino humor um período importante da história brasileira, com grande influência dos comunistas, que viviam a utopia de uma sociedade igualitária. A história destaca o embate de vários intelectuais para integrar-se a um movimento sectário, de forte dogmatismo soviético, e cujo bordão era a supremacia do operariado. Os conflitos resultantes eram inevitáveis. A ação transcorre do início da Segunda Guerra Mundial (1939) a 1999. Os acontecimentos são um pano de fundo para o narrador contar suas experiências, que são um reflexo da realidade marcada pelas tendências opostas vivida por intelectuais desse período. O humor perpassa todo o romance. A leitura é fácil, pois o autor trata com leveza e de forma compacta fatos extremamente penosos. Até mesmo a morte é mostrada com graça e veia cômica. O RISO DA AGONIA situa-se em dois planos: o passado, por meio dos acontecimentos relatados, e o presente, que é a agonia do narrador, o principal personagem da história. A casa em que vive sua agonia é uma espécie de evocação dos valores da classe média, para a qual as pequenas propriedades individuais estão muitas vezes acima da própria vida, mesmo quando esta se apaga.