Pensar sem ódio nem raiva. Esta é uma das maneiras geniais que Maffesoli propõe de analisar a sociedade contemporânea. Uma alternativa livre para compreender e viver o mundo do jeito que ele é. Nesta obra, Maffesoli retoma algumas de suas idéias mais caras e nos contempla com novas noções sobre o conhecimento comum, a 'religação' entre o indivíduo contemporâneo e seus ambientes social e natural e o estar-junto. Mais uma vez provocador, desafia intelectuais e jornalistas a despirem-se de suas verdades absolutas para lidarem com a impossibilidade da domesticação do imaginário contemporâneo construído no dia a dia das cidades. A transfiguração do político, as histerias suscitadas pelas liquidações nos shoppings, o mundo dos reality shows e o reino das paradas gays, entre outras manifestações dos nossos tempos, demonstram que, ao contrário de uma nova barbárie, buscamos o ritmo da vida no íntimo de nossos sentidos e sensos comuns. Corpos tatuados, piercings, blogs e grafites nos convidam a sensibilidades diversas que, conjugadas à decadência das idolatrias da razão e do progresso, rompem com as ilusões binárias entre o público e o privado, valorizando as estéticas múltiplas dos espaços urbanos. Estéticas harmonizadas por uma ambiência transversal que contamina o conjunto de situações, fatos e sentimentos do cotidiano. Trata-se de uma lógica instintiva, de uma compreensão da vida que passa pelos afetos dos quais participamos coletivamente. Um processo de aproximação a partir de uma intuição geral na qual os sentidos são parte fundamental do jogo. É sobre estas imagens e sentidos que formam comunidades, dando significância ao que poderia parecer insensato ou imprevisível, que devemos pensar. 'O ritmo da vida' aborda os sentidos produzidos em nome dos afetos comunitários.