Uma xícara única e delicada, cinza, azul e suave carmim, numa cor de nuvens que o tempo deu à velha porcelana, atravessa gerações: do aparelho de chá completo e branco que pertenceu a Ana, trisavó da narradora, para os guardados na cristaleira da avó Aninha e, finalmente, às mãos ansiosas e pouco seguras de Marina. A peça se desfaz em pedacinhos e lágrimas. Contudo, o incidente faz emergir toda a história sobre como as outras cinco xícaras se perderam ao longo do tempo. Este é o segredo de família que se compartilha, reavivando instantes e presenças do passado em cada gesto do presente.