O Sexo Vegetal

O Sexo Vegetal Sérgio Medeiros


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O Sexo Vegetal





Toda a obra de Sérgio Medeiros se pauta por uma total inadequação ao "horizonte de expectativa" da crítica e do público em geral. Fazendo poesia sem poesia, teatro sem possibilidade de encenação, operetas incantáveis, Medeiros instala a perplexidade em uma perspectiva cultural de extrema rarefação criativa como é a contemporânea. Também neste livro, fundeado na matriz antropológica, o que se vê é um deslocamento irreparável dos lugares dos discursos, tornando impossível distinguir, remeter, etiquetar e chegar a uma conclusão sobre um texto híbrido até a raiz. Ao contrário do "sexo animal", tão propalado na ficção televisiva e cinematográfica, o sexo vegetal não propõe uma analogia da atividade de humanos com as forças da natureza, mas uma outra vida autônoma das coisas que às vezes inclui, ou como meros espectadores ou coadjuvantes eventuais, os desnorteados e dispensáveis bípedes pensantes. O homo sapiens entra aqui apenas como aquele que reflete "espelho" ou se reflete sobre essa vida maior das coisas ou, ainda, como escrivão de suas vontades (wills) que, à maneira do Bartleby de Melville, tem como única prerrogativa escudar-se no "i´d rather not". Sérgio Medeiros preferiria não, e faz sim, um inventário lacunar e precário de nossa insuficiência diante da elaborada coreografia das formas impronunciadas de ser.

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Duanne
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21/12/2010 11:38:53

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