O sujeito incômodo

O sujeito incômodo Slavoj Žižek


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O sujeito incômodo


O centro ausente da ontologia política




Um espectro ronda a comunidade acadêmica ocidental, o espectro do sujeito cartesiano. Desconstrucionistas e habermasianos, cognitivistas e heideggerianos, feministas e obscurantistas (pós-)marxistas convergem em sua hostilidade contra ele. Seguramente uma das principais obras do filósofo esloveno Slavoj Žižek, O sujeito incômodo identifica o denominador comum de todas essas diferentes tendências do pensamento contemporâneo e lança a provocação: por trás do cogito ergo sum [penso, logo existo], o próprio sujeito cartesiano guarda o grau zero radical da política emancipatória, um núcleo subversivo capaz de fornecer um ponto de apoio indispensável para um novo projeto de esquerda.

A partir de um intenso acerto de contas com a tradição anti-cartesiana, o filósofo esloveno desenvolve uma confrontação detalhada com algumas concepções contemporâneas do sujeito: a tentativa heideggeriana de superar a subjetividade, as elaborações pós-althusserianas da subjetividade política (Ernesto Laclau, Etienne Balibar, Jacques Rancière e Alain Badiou), a teoria da formação de gênero de Judith Butler, e a concepção da sociedade do risco e da segunda modernidade (Anthony Giddens e Ulrich Beck).

Apesar do teor rigorosamente filosófico, recheado da astúcia e do humor afiado žižekianos, esse livro é fundamentalmente uma apaixonada intervenção política que procura enfrentar a urgente questão da reformulação de um projeto de esquerda em uma era pautada pelo capitalismo global e seu suplemento ideológico, o multiculturalismo hegemônico das democracias liberais.

Trecho da orelha

O sujeito incômodo é uma das principais obras do filósofo esloveno Slavoj Žižek. Aqui o leitor encontrará tanto um extenso acerto de contas com a tradição anti-cartesiana, que, em muitos sentidos, ainda orienta nosso pensamento filosófico e político, como um confronto renovado – e entusiasmante – com os althusserianos que tentaram reinventar a política universalista à luz do multiculturalismo vigente, passando por uma vigorosa defesa do potencial político da psicanálise contra as duras ressalvas de seus críticos pós-modernos.

Longe de ser apenas mais um livro na vastíssima obra do filósofo esloveno, O sujeito incômodo nos permite acompanhar a transformação essencial em seu pensamento. Transformação que atrela a defesa do universalismo à retomada de um projeto político de emancipação da humanidade.

Gabriel Tupinambá

Filosofia / Psicologia

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