O vale dos Demônios

O vale dos Demônios Czeslaw Milosz


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O vale dos Demônios





...As luzes da aldeia já estavam apagadas e a treva era total, como o silêncio, exceto pelas folhas. Assim que se juntaram todos na pequena praça em frente à igreja, dirigiram-se ao lugar marcado e formaram um círculo o melhor que puderam na íngreme ladeira. Nas lanternas de chaminé as chamas vacilavam e se agitavam com o vento.
Primeiro foi a vez da cruz, fincada no solo de modo a durar tanto quanto a madeira resistisse, de modo que apenas a parte enterrada apodrecesse por ruir. Arrancaram-na e deitaram-na no chão com cuidado. Em seguida nivelaram o montículo de terra sobre a campa descuidada - não havia nela uma única flor - e puseram mãos à obra azafamadamente, para não prolongar a lúgubre tarefa. Um corpo é dado à sepultura para repousar eternamente; abrir um túmulo ao fim de alguns meses para ver o que lhe aconteceu é uma violação da natureza; equivale a plantar uma bolota ou uma castanha e depois cavar a terra a ver se deitou raízes.

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Ray Neon
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24/01/2012 15:30:12

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