A partir de uma pesquisa realizada em 1997, em Pernambuco, Lygia Sigaud sugeriu a constituição de uma linguagem social própria para a reivindicação de terras no Brasil - a forma acampamento. A antropóloga empreendeu pesquisas etnográficas que buscavam compreender as características dessa linguagem. Por meio de uma abordagem processual etnográfica, que enfatiza o relato dos participantes, mas integra vários tipos de fontes; e comparativa, este livro apresenta os resultados de uma pesquisa sobre a sociogênese da linguagem das ocupações de terra no Brasil. Como ocorreram as primeiras ocupações de que se tem notícia? Como explicar que, em determinado momento da história brasileira, homens e mulheres tenham se disposto a ocupar terras para reivindicá-las ao Estado? Que relações estabelecer entre as primeiras ocupações, na década de 1960, e aquelas que conhecemos atualmente? Estas são as principais questões que nortearam os esforços dos autores.