Uma das obras mais representativas da literatura mundial. Todo o texto gira em torno da morte, a ópera é dos mortos porque são eles que regem a vida no sobrado, principalmente de Rosalina - filha única de João Capistrano Honório Cota - que assume personalidades contraditórias do pai e do avô. O termo ópera pode ser definido como uma "organização temporal de sons e silêncios" (Necilda Souza). O silêncio da casa com a morte da maioria de seus moradores e familiares é quebrado por Juca Passarinho, sonoro e falante, com quem Rosalina vive um amor.
O narrador representa toda a coletividade, é impessoal. O uso de longos monólogos o que afirma ser uma obra feita de silêncios.
Juca pressente a tragédia, característico de ópera, transformando Rosalina e sendo transformado por ela, suas vidas são esmagadas pela presença dos mortos na casa, diante disso surge o ritual, mostrando com detalhes o momento do funeral. O relógio assume importante papel no romance, a cada morte um é parado, assumindo diferentes significados do objeto, retém-se o que mais importa: parar o relógio significa parar o tempo, ou seja, dominar a morte.
Este romance é cheio de emoções, simbologias, sons e silêncios, uma das obras mais significativas de Autran Dourado.
Literatura Brasileira / Romance / Ficção