O metapoema é uma proposta recorrente na poesia de Alberto da Cunha Melo. Em Oração pelo poema, publicado em 1969, essa proposta de auto-referencialidade, de discutir a natureza da própria poesia é levado em tom de "oração": o poema é uma conversa com Deus, a quem o sujeito poético recorre para conceber sua canção. Considerado uma de suas obras-primas, ao lado de Yacala (1999), o livro pertence à primeira fase do autor, caracterizada pelo uso dos cinco quartetos em octossílabos brancos.