Talvez a melhor obra de Ernest Mandel, "Os estudantes, intelectuais e a luta de classe" constituí-se na transcrição de cinco conferências proferidas pelo autor, com o tema a intelectualidade, o movimento estudantil e o balanço das revoltas de maio de 1968 na França.
O primeiro capítulo é uma excelente apresentação do papel do movimento estudantil revolucionário no conjunto das lutas pela Revolução Social, definindo o papel da universidade burguesa, os limites e as possibilidades do movimento discente.
Já no segundo capítulo Mandel retoma seu repertório revisionista, movido pelo profundo impressionismo que sempre caracterizou suas avaliações políticas. Ele retoma o tema "pós-moderno" das "novas vanguardas", diminui - baseado apenas no referido impressionismo político - o papel do proletariado e volta à sua tese da "quarta fase do capitalismo, pós-imperialista".
Apesar de tudo, o livro tem ensinamentos muito importante para aqueles que querem entender o fenômeno do movimento estudantil e do papel da intelectualidade do movimento revolucionários, ainda que seja uma obra a ser lida com extremo critério, como que saboreia um delicioso peixe cheio de espinhas.