Freud, em sua leitura da tragédia grega, escolheu a figura de Édipo como modelo de toda a existência humana. Mas e Jocasta? Silêncio. No entanto, frente à ausência do marido, Laio, é Jocasta quem ocupa todo o espaço junto ao filho Édipo. Tragédia antiga? Para Christiane Oliver, trata-se de um dos dramas mais modernos, revividos ao longo das gerações pelas Jocastas, essas mulheres-mães que assumem praticamente sozinhas a educação de filhos e filhas. Mulher e psicanalista, para ela é a sombra da mãe, tão diferentemente sentida pelo menino e pela menina, que explica e alimenta o secular antagonismo entre o homem e a mulher, a permanente guerra dos sexos. Mas Freud nada disse sobre Jocasta. Neste terreno, tudo está para ser feito. E Christiane Oliver o faz: uma "outra psicanálise", num estilo claro e acessível, a meio caminho entre o discurso analítico e o discurso feminista.
Psicologia