"Os Maias" (1988) é o romance onde Eça de Queirós atinge o zênite de sua carreira de escritor; a técnica romanesca impecável acha-se posta ao serviço de um grande painel desmitificador de uma sociedade corrupta, ultrapassada, de "aristocracia hereditária com base rural". Nas suas páginas, ressuscita a vida mundana da Lisboa de há cem anos. O fulgor agressivo, provocante, escandaloso mesmo, de Eça de Queirós revela-se, desta vez, nos amores de Carlos Eduardo e Maria Eduarda; aquilo que noutros romances seus ainda não podia ser interpretado como simples sátira adquire em "Os Maias" a textura do panfleto bem repensado e posto ao serviço da ideia programática de condenar "toda a sociedade constitucional", bem como escreveu numa carta enviada a Ramalho Ortigão.
Ficção / Literatura Estrangeira / Romance