Páginas da História que vivi

“A história é contada por quem a ouviu de quem a ouviu de quem a ouviu... História é contada de fora. Esta não. A história que você lerá neste livro é contada com minúcias e elegância por quem estava nela, fez parte dela. É um depoimento sobre fatos que ocorreram no país ea que fizeram o Brasil como ele é hoje. É história contada de dentro.

Haroldo Lima foi estudante, engenheiro, militante da Ação Popular, depois militante marxista, preso e torturado político, dirigente do PCdoB, parlamentar e brilhante presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Conseguiu tempo, ainda, de ser escritor. Felizmente, dos bons. Estas são as suas memórias.”

Fernando Morais, escritor

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O ex-deputado constituinte Aldo Arantes, com ajuda da família de Haroldo Lima, organizou os textos e imagens que integram este livro. São relatos escritos pelo líder comunista baiano que faleceu em março de 2021, vítima da Covid, sem conseguir ver suas memórias publicadas. Agora, elas estão disponíveis a todos que quiserem conhecer a trajetória e as ideias deste que foi um dos principais dirigentes do Partido Comunista do Brasil.

Na orelha do livro, Aldo Arantes registra que Haroldo Lima, além de todas as suas qualidades como gestor e político, era tambémum grande "contador de histórias, adorava recitar as poesias de Patativa do Assaré. Quando relatava um caso, ele o fazia de tal forma que despertava o interesse de quem o ouvia. Pois nesta biografia estão registrados, pelas mãos do próprio Haroldo, muitos destes casos e tenho certeza que irá despertar o interesse e a emoção de todos os que o lerem, particularmente daqueles que, como eu, tiveram a sorte de conviver com esta imensa figura humana.

Uma característica marcante de Haroldo foi seu inabalável entusiasmo com a luta do povo. A esperança da construção de uma sociedade mais justa e democrática. No final do livro, ele deixa essa marca, ao afirmar: “Nos tempos de recuo, as contradições se acumulam e quando crescem engendram situações inesperadas, donde desabrocham forças que rápido se organizam, ganham a consciência do que fazer e de como proceder. As forças do atraso, que estiveram por cima, terminam vencidas e dão lugar a um novo tempo de avanço. No momento amargamos grave retrocesso, como acima sumariamente retratei. Mas ultrapassaremos essa fase, sem nenhuma dúvida. Esse tempo de degradação econômica, política, social, moral e cultural ficará para trás. E, na sequência de avanços e recuos, algum dia descortinaremos as formas brasileiras de se construir uma sociedade nova, socialista. Chegaremos lá”.

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