O Estado da Paraíba, desde os primórdios da colonização, marca presença na formação da história nacional. É capítulo importante na História de Frei Vicente Salvador, a primeira escrita por um brasileiro. Importância estratégica na guerra de conquista, na resistência à ocupação, como partícipe na fundação da nacionalidade e, já no século 19, nas revoluções republicanas de Pernambuco e, no século 20, na sua própria revolução, a de 30.
Economicamente, chegou a se destacar logo no primeiro século pela qualidade do pau-brasil e do açucar de seus engenhos, pelo algodão internacionalmente ambicionado, entrando na crônica como a terceira em importância, depois das capitanias da Bahia e de Pernambuco. Essa prosperidade, decantada no livro de Ambrósio Fernandes Brandão, justifica o esplendor dos seus veios de calcário convertidos na arte monumental de suas igrejas, ainda hoje fornecendo cimento para a cidade vertical do século 21.
Esta obra é um painel bem-intencionado dessas manifestações, entrando na conta desde o patrimônio paisagístico e o construído aos seus atores, incluindo aí a cultura popular.
Não é uma produção acadêmica e sim um roteiro que tem como fio condutor a própria evolução histórica da Paraíba, impondo-se como fonte o acompanhamento e a leitura de extensa bibliografia e do muito que se produziu nos últimos anos, via jornais e revistas, entre outras informações, buscando interpretar e escolher o que se impôs como registro marcante tanto do ponto de vista popular quanto do crítico.
É um livro, sobretudo, de amor à Paraíba e ao gênio ou à riqueza de talento dos seus filhos.
Gonzaga Rodrigues
Presidente da Academia Paraibana de Letras