Pavão de Seis Cores

Pavão de Seis Cores Lucas Haas Cordeiro


Compartilhe


Pavão de Seis Cores





Doidos, drogados, tarados, fetichistas, assassinato, Curitiba. Poderia ser um resumo, ou imitação de Dalton Trevisan, vampirismo literário, quem sabe? Acho que Lucas Haas Cordeiro matizou, neste seu pavão, uma trama furta-cor, atravessada por diversas personagens alucinadas (de luz e de loucura), numa linguagem também furta-cor, uma espécie de cromatismo psicodélico do frio, uma arquitetura em que o nosso horror de cada dia nos dá bom dia e boa tarde e boa noite, revela-se-nos humano, e pra isso ele partiu de uma tradição nossa que passa por Dalton Trevisan, Rubem Fonseca, mas também por romancistas como Thomas Pynchon e David Foster Wallace, para travar um diálogo sério. Não se trata do simples gozo com a perversão alheia, embora a todo instante ela nos remexa, nem de virtuosismo da linguagem exuberante dessa cauda, mas de uma experiência complexa de códigos e vivências, poética da prosa no seu chão mais duro. Lucas topa correr o seu quinhão de risco — risco não era poesia? — para escrever nesse limite difícil em que as dicotomias se borram (prosa X poesia, sanidade X loucura). O que aqui brota demanda muito, por vezes hesitamos no que estamos lendo, no que pode estar acontecendo ao redor. Não é fácil escrever assim. Alguém, na pressa, poderia até pensar “tudo o que fica é repetição. Nada enquanto narrativa, realmente.” não será fácil pro leitor desavisado. Atente. Uma pena pode estar na tua mão.

Literatura Brasileira

Edições (1)

ver mais
Pavão de Seis Cores

Similares


Estatísticas

Desejam
Informações não disponíveis
Trocam
Informações não disponíveis
Avaliações 0 / 0
5
ranking 0
0%
4
ranking 0
0%
3
ranking 0
0%
2
ranking 0
0%
1
ranking 0
0%

0%

0%

Marcelo Nogueira
cadastrou em:
15/03/2021 16:20:30
Marcelo Nogueira
editou em:
15/03/2021 16:21:30

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR