Os índices explosivos da criminalidade e da violência (27,4 mortes para cada 100 mil pessoas), tanto nacionais como no Estado de São Paulo, evidenciam uma das maiores crises da história. O "combate" (controle) ao crime organizado, bem como à criminalidade em geral, vem acontecendo (pelo menos no entorno cultural latino-americano) no contexto de uma política criminal marcada pelo populismo penal, segundo o qual a solução estaria na aprovação de novas leis.
Além de ineficiente na redução da violência, a política criminal orientada pelo populismo penal a fez aumentar, porque a ilusão de que "a lei resolve tudo" encobre uma realidade mais preocupante.
O poder destrutivo das organizações criminosas, sobretudo nos países em desenvolvimento, coloca-nos sob o domínio do mais forte.
Os esforços para combatê-las devem ser dirigidos não só a medidas essencialmente estruturais e consistentes, a ações voltadas à repressão, mas sobretudo ao redução âmbito social (lazer, saúde, educação, redução do abismo da desigualdade social). Enquanto não transformar nossa realidade social, continuaremos mergulhados na política criminal do extermínio.