Pedagogia filosófica: cercanias de um diálogo

Pedagogia filosófica: cercanias de um diálogo Cláudio Almir Dalbosco


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Pedagogia filosófica: cercanias de um diálogo





A obra compõe-se de oito ensaios relativamente independentes, mas todos vinculados aos projetos de pesquisa Teorias da Ação e Educação e Iluminismo e Pedagogia, o primeiro inserido na linha de pesquisa Fundamentos da Educação do PPG em Educação e o segundo no Curso de Filosofia e ambos ao Núcleo de Pesquisa em Filosofia e Educação (Nupefe) da Universidade de Passo Fundo (UPF/RS).

Começa por mostrar que, dentro da problemática atual da educação, é preciso restabelecer e estreitar a relação entre filosofia e pedagogia sobre novas bases: uma nova epistemologia dialógica. Se na tradição clássica tal relação se dava com fundamento em pressupostos metafísico-essencialistas, na Idade Média, sob orientação dos princípios teológicos e na modernidade na perspectiva da epistemologia científico-instrumental, hoje se encontra precarizada e fragilizada pelo realismo positivista que domina teórica e praticamente o quotidiano pedagógico. Do conhecimento dessa realidade e insatisfeito com ela, o autor colhe a tarefa de resgatar a relação entre filosofia e pedagogia assentando-a sobre nova base, a natureza dialógica da ação humana como momento de realização do próprio sujeito humano.

A questão das fronteiras entre filosofia e pedagogia já vem de longe. Atualmente, porém, no contexto das renovadas críticas à racionalidade cartesiana moderna e ao positivismo, o tema do estatuto epistemológico da pedagogia assume nova relevância, sobretudo no referente ao campo próprio da pedagogia e aos procedimentos teórico-metodológicos adequados à sua compreensão e prática.

Sendo assim, qual é o fio condutor para tornar produtiva a tensão entre filosofia e pedagogia? Ele consiste - e esta é a hipótese geral que perfila a diversidade dos oito ensaios - em tomar o conceito de ação humana como ponto de cruzamento entre ambas. Partindo dos conceitos de educação, pedagogia e filosofia, o autor os aproxima como formas equivalentes de análise da realidade concreta da ação humana vista como auto-realização do sujeito em comunicação com seu semelhante, valorizando, dessa forma, o agir pedagógico em contraposição ao fazer pedagógico tal como o entendia a pedagogia concebida como puro instrumento do saber. Em decorrência, a pedagogia deixa de ser uma técnica de transmissão de saber para se tornar um cuidado voltado para o desabrochar do sujeito.

A cultura pragmatista e mecanicista, dominada pela lógica da eficiência e do poder, é um grande obstáculo à pedagogia assim concebida, desenhando-se a necessidade de uma postura crítica da realidade como condição para uma transformação cultural muito além do recurso à ética ou a um simples moralismo.

A partir desse ponto, o autor procura elaborar uma reflexão sistemática sobre a relação iterativa entre auto-conhecimento e cultura como caminho que nos possa conduzir a uma autêntica filosofia da educação. A obra se completa com dois ensaios mais específicos, sobre o envelhecimento, como caminho de sabedoria e com uma crítica da noção nietzschiana de sujeito.

Situando-se em continuidade com a problemática kantiana, nietzscheana, heideggeriana e habermasiana, sem descurar a riqueza das tradições socrática e platônica, o autor confere grande profundidade e relativa originalidade à sua tese em favor de uma epistemologia dialógica da pedagogia.

(No site não há citação do ano: https://www.paulinas.org.br/loja/pedagogia-filosofica-cercanias-de-um-dialogo )

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