Pedras no caminho

Pedras no caminho Adilson Araújo


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Pedras no caminho


reflexões sobre a conjuntura política




A eleição de um caminho entre a barbárie bolsonarista e a reconstrução nacional, nesta encruzilhada histórica em que o Brasil está estacionado, será o resultado de uma acirrada luta de classes. Os projetos em jogo são contraditórios porque refletem interesses opostos e muitas vezes antagônicos das classes sociais.
Isto é notório em relação à política econômica. Como observou o ex-presidente Lula (PT), o "compromisso fiscalista" do governo expresso no congelamento dos investimentos públicos foi instituído (através da EC 95) "para garantir dinheiro" ao sistema financeiro, colocando em primeiro plano o pagamento dos juros apropriados pelos rentistas. Em contraste, tal política reduz as verbas para a seguridade social e não faz nada para garantir o pagamento da dívida social que é histórica em nosso país”.
É por esta razão que os representantes da classe trabalhadora proclamaram em uníssono no documento da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat) a necessidade de revogar a política de congelamento dos gastos públicos.
Em contraposição, os porta-vozes dos sistema financeiro defendem a manutenção da política neoliberal restritiva, querem o chamado Estado mínimo e a entrega do patrimônio público ao capital privado, seja este de origem estrangeira, seja nacional.
A oposição de ideias e projetos traduz o choque de interesses de classes antagônicas. A economia política do capital não é a economia política do trabalho. No Brasil a experiência histórica mostra que, na atualidade, são os interesses da classe trabalhadora que melhor correspondem aos interesses e necessidades históricas da nação. Os interesses e as políticas correspondentes da burguesia brasileira, urbana ou rural (as políticas neoliberais), conduzem o país à crise e ao retrocesso.
Nossas “elites” padecem de uma mentalidade “colonizada”, sentenciou Lula. Arrastada pelo canto de sereia do neoliberalismo na última década do século passado, a burguesia brasileira perdeu e abandonou definitivamente quaisquer vestígios de compromissos ou mesmo preocupação com o desenvolvimento nacional. O “desenvolvimentismo” é hoje abertamente hostilizado e combatido como coisa do passado pelos arautos do mercado.
Emerge desta história o desafio, para a classe trabalhadora e seus representantes, de liderar a construção e coordenação de uma ampla frente política e social para derrotar Bolsonaro, em outubro, e criar as condições para implementar um novo projeto nacional de desenvolvimento orientado para o aprofundamento da democracia, afirmação da soberania e a valorização do trabalho.

Política

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