Plutônio-239

Plutônio-239 Valeska Torres


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Plutônio-239





Plutônio-239 captura cenas de um mundo inflamado: do grande incêndio na Austrália ao vazamento de óleo na costa do nordeste brasileiro, passando por grupos que vivem às margens sociais tanto nas periferias cariocas quanto nas cidades de Ruanda, o leitor se depara com uma realidade áspera. Mais do que retratar em versos as mazelas do agora, Valeska Torres também projeta questões situadas entre os anos 2027 e 2040, época de escassez de oxigênio e abundância de urânio e plutônio.

À semelhança dos seres híbridos (metade humanos, metade máquinas) de seus versos, a autora se utiliza de uma linguagem ao mesmo tempo crua feito carne e refinada como metal, e com ela descreve a vigilância por drones, a incorporação voluntária de peças mecânicas a corpos humanos e até uma convocatória para um exército ciborgue à maneira do Tio Sam. Pois há uma guerra que segue, irrefreável, sempre colocando em risco a população indigente, que por vezes conta apenas com receitas contra o mau-olhado para se proteger. Os traços sensoriais são fortes na poesia de Valeska Torres, que escolhe não poupar o leitor dos cheiros, sons, gostos da distopia que bate à porta. Neste cenário, o título Plutônio-239 traduz perfeitamente seu conteúdo, já que este é o componente principal de armas nucleares — e sua radiação e potência se harmonizam por completo com os elementos cyberpunk desta antologia poética.

Poemas, poesias

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Lucas
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