Envolto pela fumaça do cigarro, em um apartamento ora quente, ora frio demais, um sujeito perde-se no próprio mundo de tédio e reclusão. O exterior é percebido apenas através do vidro embaçado ou da atormentadora e delirante experiência do contato obrigatório. Importam, mesmo, as lembranças, as frustrações e a loucura que está sempre à espreita. Nesses dias sempre cinzentos, apenas a literatura salva.
A partir de uma voz muito particular, que insiste em se diferenciar, em se colocar como única no mundo, Ryan Mainardi, em realidade, joga-nos na cara e obriga-nos a encarar aquilo que pode ser, em muitos momentos, a vida: um fardo.
Poemas, poesias