Sosígenes Costa é um poeta do olhar e da visibilidade. Leitor de Baudelaire e Mário de Andrade, sua obra reflete a escolha em trabalhar numa zona de transição, em que a tradição e a novidade se mesclam num texto original e peculiar. Sua grandeza reside no caráter diferencial de sua obra, que se afirma no vasto e diversificado painel da cultura brasileira.
"A lucidez do fazer poético, a poesia como transporte da percepção da existência do homem no mundo real e no mundo fantástico, a linguagem como preocupação essencial para expressar a beleza tanto de um ocaso quanto de uma lembrança longínqua através de uma rosa ou, e por que não, a beleza, também utilizada na denúncia social sutil sem engajamento agressivo e inútil, eis a originalidade do poeta baiano de Belmonte, que nos deixou testemunhos da natureza sedutora do sul da Bahia, legando-nos ao mesmo tempo sua perplexidade diante de certas situações sociais." -- Gerana Damulakis
"Modernista, ainda crê na rima rica e num excesso de luz que lhe torna certas passagens obscuras numa espécie de névoa de ouro. Esse filho da roça pensa nas Vênus de Paris e alude constantemente a pavões e castelos. Sente-se perdido numa Taiti que fosse cheia de duquesas enjoalhadas pelo francês Lalique. Muito justo o que escreveu dele, em famoso artigo, Édison Carneiro, especialmente ao acentuar que Sosígenes transfigura tudo isso em matéria nossa, sente tudo isso brasileirissimamente." -- Agripino Grieco
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