O Rio de Janeiro que Dom João e sua corte conheceram 200 anos atrás estava mais para terra de ninguém do que para paraíso tropical. A fim de coibir os freqüentes assaltos e assassinatos que atormentavam a cidade, foi criada a Divisão Militar da Guarda Real de Polícia, comandada por um coronel português. Seu assistente brasileiro era o temível major Vidigal - que nos foi apresentado por Manuel Antônio de Almeida em seu Memórias de Um Sargento de Milícias. Mais sobre este e outros personagens da época descobrimos em Ponha-se na Rua - Fatos e Curiosidades no Rio de Janeiro de D. João VI.
A publicação integra a série que pega carona nas comemorações do bicentenário da vinda da família real portuguesa. Tem fotos de Ricardo Siqueira, autor do projeto, e textos de Adriano Belisário e Guilherme Amado. Os três jornalistas deram prioridade às estórias que permeiam a História, pouco ou já bem conhecidas dos brasileiros.
Entre os "fatos e curiosidades", eles destacaram a prática do "ponha-se na rua": o desalojamento de famílias para que suas casas fossem usadas por membros da corte recém-chegados (as residências eram pintadas com as iniciais P.R., de príncipe regente, daí o popular "ponha-se na rua"). E, entre outras, a vinda de 20 caixas repletas de plantas retiradas do jardim de uma colônia francesa no Caribe, que deram origem às primeiras espécies cultivadas no terreno do Jardim Botânico do Rio.