Marcos Pereira, um vendedor de seguros e mentalmente equilibrado. Parece. Há animais por todo o corpo, tatuagens dos animais favoritos, uma espécie de hobby que foi ganhando forma ao longo dos anos neste martírio de viver apenas ao lado de garrafas de vinho, ouvindo Chico Buarque - seu cantor favorito - e muitas mulheres: cada uma com um rosto diferente do habitual.
Imagina-se que todos estão presos. Até ele - ainda sem nome animal. Como descrevê-lo? Vejamos: cabelo da moda, barba sempre bem tratada, roupas sociais para parecer bem-sucedido. São pormenores que iriam classificá-lo como usual ao mundo que tanto lhe acomete. Porém chega um momento que esses tais animais precisam ganhar sua notoriedade, serem libertados, e nada mais justo que um ébrio preso à eles para sucedê-los à quebra dos grilhões modernos; um ébrio para poder enxergá-los como a si: realmente peculiar.
Literatura Brasileira