PRODUZIR CASAS OU CONSTRUIR CIDADES?

PRODUZIR CASAS OU CONSTRUIR CIDADES? JOAO SETTE WHITAKER (COORDENADOR)


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PRODUZIR CASAS OU CONSTRUIR CIDADES?


DESAFIOS PARA UM NOVO BRASIL URBANO




Sinopse
A pesquisa que embasou a elaboração desta publicação foi iniciada em 2010 e partiu de uma inquietação: no bojo de um ciclo de crescimento econômico nacional bastante sólido, que implica uma intensa atividade da construção civil na área habitacional, estão sendo construídos nas nossas cidades prédios e mais prédios, sem qualquer critério. Novos bairros crescem Brasil afora em meio a uma espécie de euforia
construtiva, mas não parece haver o cuidado necessário com a qualidade urbana resultante, a injustiça social que nossas cidades produzem, tampouco os impactos desse crescimento sobre o meio ambiente. Em outras palavras, o que nos preocupava era o seguinte: que tipo de cidades estamos construindo para as gerações futuras?
Embora o aquecimento da construção civil ocorra também no mercado de alto-padrão, sempre o preferido dessa atividade, e na produção pública de habitação social, destinada
às faixas de renda mais baixa, a radiografia do fenômeno mostra que ele se dá sobretudo na produção para a classe média, no chamado “segmento econômico”. A eliminação, a partir de 2006, de alguns gargalos administrativos e institucionais, dando maior segurança jurídica e financeira ao setor da construção, e levando a significativo aumento do crédito imobiliário, associada ao crescimento da economia nacional, deu oportunidade de acesso ao financiamento habitacional a uma parcela da população antes alijada dessa possibilidade, aquecendo de forma inédita a oferta de moradia para as
camadas de renda intermediária. Some-se a isso o lançamento, em 2009, do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), com o objetivo de enfrentar a crise econômica justamente por meio da dinamização da atividade da construção civil.
Porém, esse significativo impulso da construção ocorre de forma preocupante: em todo o país, novos bairros surgem em áreas distantes e sem urbanização, alinhando
centenas de casas idênticas e minúsculas, ou enfileirando torres habitacionais com sofrível padrão construtivo, e grande impacto sobre o meio ambiente. Em face disto, a pergunta que nos vem naturalmente é: quais os resultados que essa produção
provocará no cenário urbano brasileiro nos próximos anos?
Estaríamos promovendo uma urbanização adequada para que as próximas gerações usufruam de uma boa qualidade de vida, qualquer que seja sua classe social?
O LabHab-FAUUSP trabalha com mais frequência a questão da moradia social e dos assentamentos precários de baixa renda, embora se preocupasse há algum tempo também com a faixa de mercado do “segmento econômico”, tendo inclusive promovido, ainda em 1997, um seminário sobre a questão. O desafio era tão instigante que resolvemos retomar esse tema e tentar de alguma maneira contribuir para seu
entendimento.
A melhor forma de fazê-lo, no âmbito das nossas competências acadêmicas e de pesquisa, foi empenharmo-nos na elaboração deste livro. Uma publicação que expusesse uma ampla pesquisa levantando pelo País afora a produção imobiliária do segmento econômico, fosse ela no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida ou não. O que nos preocupava era analisar, ilustrando com imagens, a produção do mercado, a partir de pesquisa sobre as incorporadoras, construtoras e vendedoras atuantes neste segmento, apontando os principais problemas que, a nosso ver, vêm caracterizando a produção do setor, salvo raras exceções. Queríamos, a partir disso, identificar as limitações e impactos possíveis para as cidades, bairros e moradores e então apresentar aos leitores os parâmetros do que poderíamos chamar de uma “boa urbanização”, assim como, por outro lado, mostrar alternativas reais de projetos arquitetônicos e urbanísticos de melhor qualidade.
A pesquisa resultou então no presente livro, realizado com o apoio da Fundação para a Pesquisa em Arquitetura e Ambiente – FUPAM.

- Capítulo 1 – Que cidade queremos para as gerações futuras? O trágico quadro urbano no Brasil do século XXI: cidades cindidas, desiguais e insustentáveis.
- Capítulo 2 – Segmento Econômico e o Programa Minha Casa Minha Vida: regras do jogo, agentes envolvidos e impactos decorrentes.
- Capítulo 3 – Retrato da atual produção do “segmento econômico” e parâmetros de qualidade urbanística e arquitetônica.
- Capítulo 4 – Proposições Arquitetônicas e Urbanísticas para três empreendimentos do “segmento econômico”.

Arquitetura e Decoração / Engenharia / Sociologia

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Natália
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28/01/2013 20:47:24

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