Proust e a memória involuntária

Proust e a memória involuntária Esdra Mello


Compartilhe


Proust e a memória involuntária





Ao levar aos lábios uma colherada de chá, “no mesmo instante em que aquele gole, de envolta com as migalhas do bolo, tocou meu paladar, estremeci, atento ao que se passava de extraordinário em mim. Invadira-me um prazer delicioso, isolado, sem noção de sua causa. Esse prazer logo me tornara indiferente às vicissitudes da vida, inofensivos meus desastres, ilusória sua brevidade, tal como faz o amor, enchendo-se de uma preciosa essência: ou, antes, essa essência não estava em mim, era eu mesmo.” O despertar da memória involuntária é uma viagem no tempo pela imaginação do artista, é um fluxo de representações ligadas a afetos e desejos desencadeados, como no episódio do chá, no qual “Combray e seus arredores, tudo isso que toma forma e solidez, saiu, cidade e jardins, de minha taça de chá.” A prosa poética proustiana é tecida por uma complexa rede simbólica na qual a escrita de Proust obedece a um fluxo polissêmico por meio de metáforas e de analogias e pela circularidade estrutural do romance correspondente com a circularidade do tempo que remete para outras representações como expressão das significações imaginárias.

Romance

Edições (1)

ver mais
Proust e a memória involuntária

Similares


Estatísticas

Desejam
Informações não disponíveis
Trocam
Informações não disponíveis
Avaliações 0 / 0
5
ranking 0
0%
4
ranking 0
0%
3
ranking 0
0%
2
ranking 0
0%
1
ranking 0
0%

0%

100%

eldegod
cadastrou em:
12/12/2020 23:56:30
eldegod
editou em:
12/12/2020 23:57:06

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR