Pungente

Pungente Giulia Ciprandi


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Pungente





Pungente é água que passarinho não bebe, aguardente que arde quando desce e sobe como fogo em forma de palavra. Pungente é adjetivo que se faz verbo no imperativo: pulsa, parte, vibra, cora. Versos em forma de vulva incitam, atiçam, contorcem. A boca que come é a mesma que beija, que fala, que morde, que berra.
Giulia Ciprandi sabe dar nome aos bois: do macho alfa, "parte putrefata da sociedade", ao "conquistador de terras vazias", que sutilmente nos faz sangrar – e não é pela buceta. Conhecer nossos algozes é preciso se os queremos longe de nós.
A fruição de Giulia, em seu livro de estreia, Pungente, vem da partida, do desejo de afiar e afinar, de recomeçar, da retomada do corpo-terra, daquela parte de nós que só a nós pertence.
Pungente nos fala da mulher que rompe com a pose estática, que se nega a ser objeto de adoração do outro, que quer direito de escolha, consentimento, que é leve e pesada, tormenta e calmaria, que "varre as verdades meias", que inspira, expira e renasce, ao barulho do mar.
Pungente também nos fala da saudade "dum sorriso quente” e do legado da mulher-mãe, que arranha a garganta, rompe em gritaria e deixa o coração em chamas. O texto-corpo-estreia da jovem poeta não poupa saliva porque Giulia Ciprandi é poema pungente.

Literatura Brasileira / Poemas, poesias

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Gustavo Simas
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16/03/2020 11:13:39

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