Katrina 26/02/2023
Realmente agridoce
Essa a terceira obra que leio de Mary Cagnin então já tenho uma boa noção do seu estilo de narrativa e traços artísticos, não curti muito Vidas Imperfeitas e detestei Black Silence por isso não tinha nenhuma expectativa sobre Bittersweet, mas felizmente para a minha surpresa eu consegui gostar dessa obra.
A autora nos apresenta personagens que são típicos adolescentes e um enredo simples com algumas problemáticas no desenrolar da trama, essa é a HQ da Mary que achei mais fácil de gostar justamente porque é redondinha na medida do possível, os personagens seguem um clichê assim como as problemáticas, mas é tudo certinho e rápido, o que fez a leitura ser fluida e com isso deixar um sentimento agridoce.
Por que agridoce? Porque é uma leitura rápida e fluida, o que é bem legal, mas tanto a personalidade dos personagens assim como suas dúvidas, dores e problemáticas são temas batidos e isso não seria um problema se pelos menos fossem abordados de uma forma mais própria, eu realmente não consigo sentir o toque da autora nessas problemáticas que ela costuma introduzir em todas as suas obras, é apenas mais um eco do que já nos foi dito, o que é uma pena.
Acho que a maioria dos personagens cumpre seu papel sem surpreender ou empolgar com exceção de apenas um, o único que gostei foi o interesse romântico do protagonista, ele é menos engessado e traz algo mais próprio, em contrapartida acho que a autora novamente se excedeu nos assuntos que quis abordar, senti que a problemática da amiga ficou muito solta, gostaria de ter visto a história dela em uma HQ separada, acho que assim poderia elaborar mais a personagem e desenvolver melhor esse assunto tão delicado e importante.
Com traços mais limpos e nas cores preto, branco e cinza que ajudam a trazer um aspecto mais singular ao tom da trama, vemos que Bittersweet é uma HQ realmente bonita e que apesar das suas falhas consegue envolver você até o final e deixa um sentimento agridoce que pode variar de pessoa para pessoa.