mimi 18/04/2021
"Então, Mariko. Vamos lá. Vamos para o mar."
GATILHOS: suicídio, relacionamento abusivo, abuso parental, estupro, agressões fisicas, depressão, auto-mutilação.
Mariko teve uma infância banhada de abuso, o que a fez desenvolver transtornos e entrar em relações abusivas no seu futuro. A única pessoa ao seu lado sempre foi Shiino. Um dia, Shiino descobre no noticiário que Mariko se suicidou e decide roubar as cinzas da amiga para espalhá-las ao mar, onde Mariko sempre sonhou em ir.
"Eu estou em um lugar onde não tenho a menor ideia de onde ou o que consertar."
É muito difícil fazer uma resenha sobre algo tão complexo. Não é só sobre suicídio, não é sobre a Mariko. É sobre Shiino é sobre as pessoas que ficam depois que você toma a decisão de partir.
Durante a jornada até o mar, Shiino para por diversos flashbacks de sua amizade com Mariko. Esse momentos são entrelaçados pelos sentimentos que rodeiam o luto após perda de alguém para o suicídio: confusão, dor, raiva. E culminam na epifania sobre como seguir em frente.
Em alguns momentos achei os flashbacks confusos, poderiam ter sido expostos de uma forma mais coerente.
Acho que Mariko foi retratada de uma forma muito real, ela é o reflexo de pessoas que sofrem abuso. Pessoas que se culpam, que se sentem sozinhas. Um dos momentos mais impactantes foi quando Mariko disse que gostava quando Shiino se preocupava ou até mesmo ficava zangada com ela. Mariko nunca teve ninguém e ela buscava o amor de qualquer forma...
A narrativa é real, crua e, em alguns momentos, poética. Não é uma obra que eu recomendo para qualquer pessoa. Se puder e aguentar, leia, acho que vale muito a pena. Mas, por favor, se passar por uma situação parecida, procure ajuda, um amigo, converse. Você não está sozinho. E, se estiver, pode me mandar mensagem caso precise.