Cast 24/03/2024
"Naquele hora, minha cabeça deu branco... e meu corpo agiu sozinho."
Capa: Eu curto MUITO essa capa, acho que ela representa tanto sobre o personagem e o momento da história, além da arte, o traço, as cores, a iluminação, tudo ser no ponto.
Nota da capa: 10/10
Volume 29 corresponde aos capítulos de 277 ao 285.
E seguimos na batalha. De um lado, a turma A tentando impedir o avanço do Gigantomachia e do outro, os heróis lutando contra o Shigaraki.
Começando pelo primeiro, é uma luta muito bem montada, mostrando toda a força e imponência dessa besta que o All for One forjou, e toda a criatividade, força de vontade e evolução dos personagens que acompanhamos a quase 30 volumes. Gosto muito em como nesses momentos, de real perigo, os heróis realmente estão agindo como o tal. Seja em diversos que se sacrificaram no volume anterior, ou na própria Mont Lady, que no primeiro volume aparecia como uma exibicionista "roubando" o vilão que o Kamui estava enfrentando, mas, aqui, coloca a vida em risco para abrir a boca do gigante ao perceber que esse era o plano dos adolescentes. Tudo funciona muito bem, não é fácil, mas também não é algo completamente fora da realidade, que tornaria inverossímil um bando de crianças fazer, é só tocar um frasco na boca do monstro, afinal.
Indo pra outra batalha, temos o destaque. Com o Shigaraki mostrando a que veio, justificando toda a apreensão que todos estavam do seu despertar. É de fato o sucessor perfeito do All for One. E, nesse pequeno volume, vemos como é diferente essa relação mestre e aprendiz comparado ao All Might e Deku. Afinal, em algumas poucas cenas, vemos que o mestre vilão deseja muito mais do que alguém para sucede-lo, alguém para possuir e assumir uma nova versão de si mesmo. Indo totalmente ao oposto da relação dos protagonista e a idade do One For All, que é confiar a missão na próxima geração, ser altruísta de passar seu poder pro próximo ser esperar nada em troca. Algo que o All For One, até então, não deseja, ele quer a imortalidade, ele quer ser o líder, o centro, o tudo, e o Shigaraki me pareceu muito mais uma ferramenta nesse sentido. Ao mesmo tempo que eu acho isso interessante, eu também gostaria de ver o Shigaraki mais como o vilão principal mesmo, e não apenas um peão num jogo maior. Mas, né, vamos ver como o Horikoshi trabalhará isso depois.
Ainda nessa luta, temos alguns destaques, como a pequena cena flashback da Shimura chorando aos braços do Gran Torino, um pequeno quadro que diz tanto sobre tudo. Foi uma decisão dela, foi o que ela optou por proteger o seu filho, forçadamente por conta do All For One. Porém a cadeia de eventos que isso gerou, totalmente fora do seu controle, gerou o completo oposto do que ela queria, fazendo que o sofrimento dela (e do próprio Gran Torino que testemunhou tudo) seja muito maior. É tocante.
Um pequeno destaque aqui é a cena do Eraser Head. Que mesmo com o Shigaraki imparável, conseguindo "atirar" um inibidor nele, pensa rapidamente e tira a própria perna numa cena chocante e muito marcante com o personagem.
Falando do Deku. Vemos aqui ele colocando o próprio corpo em risco depois de muito tempo, e sem a Eri pra ajudar nesse sentido. Novamente preciso falar do problema Eri aqui, porque, com exceção de mortes, essa "carta" do poder dela é muito roubado e pode tirar o peso de muita coisa aqui. De gente que se machucou, perdeu o dom, ou algo do tipo. Cedo ou tarde, com a personagem sabendo usar seu poder, acho que isso pode virar uma muleta perigosa que ou vai tornar tudo muito sem peso, ou, pior ainda, vai sempre ficar aquela dúvida: "porque não colocou a Eri pra consertar isso?".
Mas, voltando pro Deku. É muito legal ver ele em ação com mais dons. E, mais do que nunca, ele se aproxima de ser um Superman, principalmente com o poder de voar agora. Sua determinação e pensamento rápido em meio a luta também são tão do personagem que da gosto de ve-lo em ação. Inclusive, um artificio safado do Horikoshi, já que ele pulou meses e meses pra adiantar a história, é ficar com esses flashbacks de treinamento. Por um lado ajuda a deixar a história mais dinâmica, mas, por outro, torna tudo muito imprevisível, já que qualquer coisa pode ser justificada com um flashback desses meses que passaram correndo.
E, por fim, o destaque fica com o Bakugou. Que vem sendo desenvolvido aos poucos, nas beiradas, e aqui, na cena final, tem um arco completo com uma rima ao primeiro volume. Assim como Deku, sem poder, se moveu sem pensar para salva-lo, agora, Bakugou, que nitidamente sabe que foi ultrapassado pelo seu rival, se move sem pensar para salvá-lo. Completando parte do seu desenvolvimento como um herói nato que ele quer ser.
Aí aí, escrevi bastante, mas esse arco me empolga demais. Acho que estou a um ou dois volumes, no máximo, de onde parei uns anos atrás. Ansioso pra continuar a história além do que eu já sei.
Nota: 10/10