spoiler visualizarCamirota 20/11/2023
A morte de um sonho, para o começo de outro.
Sem dúvidas essa é a resenha mais difícil de fazer da coleção de SANDMAN, pensei por muito tempo no que escrever antes de postar, mas vamos lá.
Morpheus morre, é isso. É devastador, triste e desesperador, é difícil ver como o Sonhar foi se acabando e os nossos personagens queridos foram sendo destruídos um por um pelas ?Bondosas?, sem dó nem piedade, vingando com sangue aquele que matou o próprio filho -Orfeu-, sendo que na verdade foi uma dádiva oferecida para aquele que teria de viver apenas com sua cabeça e ansiava pela morte real há centenas de anos.
Porém, como vemos o autor falando que o rei dos Sonhos precisava mudar ou morrer e tomou sua decisão, vemos que toda a série foi se encaminhando para isso pouco a pouco, capítulo por capítulo.
Aqui a história que retorna para a mente é a de Destruição, que não deixou sua família e suas responsabilidades antes de avisar a todos que mudanças estavam e continuarão acontecendo.
Ver que Devaneio desistiu de lutar e somente esperou sua hora é triste, dá vontade de chacoalhar ele e dizer para continuar, para salvar seu reino e seus amigos, mas talvez não fosse a mudança a verdadeira vilã, e sim o cansaço e principalmente o arrependimento. Oneiros mudou tanto ao longo dos arcos que percebemos que no fim estava arrependido por várias ações que tomou no passado, e vendo por uma perspectiva como leitora, talvez viver com esses arrependimentos fosse demais para ele, que estava cansado de viver daquele jeito.
Hippolyta Hall protegeu tanto seu filho e tinha tanto medo que algo acontecesse com ele e que Sonho viesse buscá-lo como prometido, que no fim o viu como o próprio Sonho dos Perpétuos, seu nome não era mais Daniel, carrega todas as lembranças e de certa forma tem um pouco de Morpheus em si, mas não pode carregar esse nome, pois não o pertence.
Nesse volume vemos personagens antigos e queridos de Sandman, histórias antigas que se entrelaçam para o desfecho que teve, a arte está impecável.
O Verde do Violinista volta para dizer que quer continuar morto e em paz, pois cumpriu sua missão de ser um bom e lindo lugar.
Coríntio é renovado também, e se antes sentimos raiva e não gostávamos desse personagem, essa nova versão faz até termos uma consideração por ele.
Mervyn é morto e restaurado, o que não agrada tanto o nosso corvo preferido: Matthew, que não se conforma com a morte do ?chefe? e insiste em dizer que seus amigos revividos não são os mesmos, o que é um pouco verdade. O pássaro tem relutância em servir o novo mestre, mas no fim se sente responsável por ajudá-lo, pois está apenas começando sua jornada, e decide seguir do seu lado.
O único motivo de eu não ter dado 5 estrelas é exatamente esse: a morte de Sandman.
Não esperava esse final e mesmo tendo um bom desfecho, sinto saudades do Sonho original, que me seguiu por tantas páginas.