Mr.Sandman 16/01/2024
Enchimento de Peito
Nesse segundo volume de Chainsaw Man, temos a continuação da cena de ação do último volume e o andamento dos pequenos arcos apresentados até aqui. Denji consegue realizar um de seus sonhos, que é apertar uns peitos, mas aquilo não trás nada além de um sentimento vago nele. É como se ele não soubesse como lidar com essa nova sensação. O choque de ter um sonho tão esperado se tornando realidade e ter um choque de expectativas é bastante interessante.
A cena com Makima depois também sustenta bastante a forma como o erotismo funciona dentro da obra. É uma cena bastante excitante, mas que carrega um simbolismo por trás que está muito além do que uma cena de sedução. O estamos vendo é um contrato sendo selado, um contrato sendo selado justamente por causa da fragilidade emocional de Denji. Ele anseia por conexão, conexão além do sexo, além do tesão. Makima se aproveita disso e ao prometer essa conexão, cria uma condição para o Denji, mesmo tendo certeza de ele vai aceitar. E creio que é nesse ponto que a trama estabelece seu grande arco, pelo menos o primeiro, que é a busca pelo Demônio da Arma. Aí entra uma outra crítica. Os demônios nesse mundo são proporcionalmente fortes em relação ao medo que as pessoas sentem pelo que o nome deles representa. As pessoas têm muito medo de armas, logo o Demônio com esse nome será excessivamente poderoso. O mangá é bem ágil e assertivo em demonstrar isso.
Essa missão gera a próxima pequena missão que vai reunir todos os personagens da divisão de caçadores de demônios do governo da Makima que foram apresentados e alguns novos. A dinâmica de Denji, Aki e Power é muito divertida e funciona muito bem, principalmente nesse volume em que foi estabelecido que irão dividir o mesmo apartamento. Para além deles, novos personagens foram apresentados e serão desenvolvidos no próximo volume. Uma delas é Himeno, que traz para Denji a possibilidade de beijá-lo caso ele seja bem sucedido na missão. É casual, mais do que todo o resto, mas mesmo assim é um contrato. Como disse na resenha do primeiro volume, Chainsaw Man é sobre contratos, pelo menos por enquanto.
Acho que um dos triunfos reflexivos desse segundo volume é mostrar a questão do real e do aparente em um mundo regido por ambição e poder. O próprio enchimento de peito da Power no início do volume representa muito bem isso. Mal sabe Denji, que ele ainda está apertando um enchimento de peito, e uma coleira bem firme está se formando ao redor de seu pescoço. Na realidade, esse jogo de aparências está presente em quase tudo, em quase todos os âmbitos. Uma sutil e talvez delicada realidade, na verdade é só aparência, e desvela um mundo cruel, individualista, fútil e mesquinho.