jesscso 03/03/2023
Battle Royale: Final chocho e sem sal
Com uma capa linda de doer, Battle Royale, o último capítulo de Lendas do Recomeço, finaliza um arco controverso e com vários altos e baixos.
A conclusão não é horrorosa. Mas também não é nada empolgante; nesta altura só queria que o arco acabasse de uma vez. Já escrevi da conveniência dos quatro finalistas do mesmo bairro; e a final acontece entre DC e Cascão. O arco se salvaria se pelo menos todo o lenga lenga de Cebônica resultasse em uma luta legal mas quiseram ser diferentões. As lutas são chatas pra caramba, cheia de explicações e movimentos travados ? gosto do Lino, mas as vezes ele pesa muito no copia e cola. As resoluções para alguns dos plots são preguiçosas. O Bidu não morreu, o cachorro robô é um drone comandando com sensores no Bidu porque ele tem preguiça de sair da casinha... E Magali e Quim tem uma conversa sobre como foi errado o uso de imagem sem autorização e que a internet podia usar o rosto da Magali pra qualquer coisa. Esse é um assunto urgente e pesado e o Quim é cara de pau de dizer QUE NÃO TINHA INTENÇÃOKKKKKKK pelamor não resolveu os problemas com a namorada e quis treinar com 2d qual é o problema desse cara. Claro que a sonsa da Magali perdoa ele em 3 quadros. E no final tem um exposed do abuso de trabalho da empresa, o prêmio era um desejo que seria realizado no jogo e o DC pede pra galera ter um trabalho menos escravizado. Nossa esse plot é tão bom e tão mal trabalhado, dando lugar a lutinha besta.
E agora a GRANDE PROMESSA do casal principal: um beijo e um te amo. É isso. Todo suspense acaba em uma página. E no "Fala Maurício" ainda escrevem que não tem reboot, que tudo o que rolou desde a Primeira Série de fato aconteceu mas que com algumas modificações. Não admitiram, mas foi sim um reboot FALHO e apelaram pro ?não podíamos revelar? quando deu errado.
Enfim, Lendas do Recomeço não é um arco horrível. Tem plots interessantes como o crunch, mas que são apagados pelo torneio em si que é chato e cheio de lutas e diálogos jogados. O núcleo Magaquim é mal desenvolvido e ainda mal concluído, novamente usando e abusando de temas importantes mal aplicados. O início é interessante mas a história se arrasta até o fim. Os desenhos e as capas são lindas, de encher os olhos mesmo. Só me irrita o tanto de copia e cola do Lino. Cassaro só não soube trabalhar muito bem com o novo sistema de arcos, mas ele arrasa demais no próximo arco (o qual estou ansioso para reler).
Lendas me divertiu e me irritou na mesma proporção. É um arco razoável.
Agora, abrindo as one-shots da revista, Felipe Marcantonio resolveu desenvolver Magaquim em Quim Sushiman. A história mostra o tal curso de chef, também desenvolve que Quim se sente afastado da Magali (motivo pelo qual ele fez uma boneca virtual com a cara dela olha que romântico). E agora o que realmente importa: a introdução da Maya. É a primeira aparição dela na revista e ela ainda vai dar muito o que falar. E preciso escrever sobre como Quim é emocionado demais (autocrítica). A Maya da um beijo nele e ele tem altas reflexões de como está confuso entre sua NAMORADA DE INFÂNCIA e uma who do curso. Aí ele chega a conclusão de que ama a Magali e de que Maya é sua melhor amiga. Detalhe: Maya não tem nenhuma noção de que Quim namora.
Quim é um personagem extremamente inseguro desde o começo de TMJ. Infelizmente esse traço nunca foi desenvolvido, ele sempre acaba deixando os outros a sua volta mal. Magaquim dá sinais de que não é um casal bem estruturado desde a primeira série; como quando Quim assume toda a culpa de ser um péssimo namorado e dá um tempo com Magali por causa de um mal entendido (edição 69). E na terceira série trabalham mais o personagem; e não, não dando um arco do tratamento dessa insegurança, e sim deixando ela pior ainda.
Quebrando um pouco a vibe de traição, Mallzhen chega para aliviar um pouquinho essa edição e fechar a era Lendas da melhor maneira. Quem é a Macê é muito incrível de ler. Maria Cebolinha é uma personagem pouco desenvolvida em TMJ, dar um interesse a ela e focar nisso foi uma decisão mágica. Ela gosta de SKATE!!! E na história ainda tem referência a Fada do Skate!! Amo o Daniel Mallzhen. Melhor roteirista, falei. E os desenhos também são lindos pacas.
A edição encerra essa era e deixa com um gostinho amargo. O fandom na época teve horror a um possível Lendas do Recomeço Parte 2, o que (graças a Deus) não rolou. Fecho aqui a releitura do primeiro arco e das primeiras one-shots; mesmo com um começo mediano, a revista precisava dessa terceira série.