Onassis Nóbrega 24/03/2024
Saga amazônica distópica
HQ chilena, parceria do roteirista chileno Claudio Alvarez e o desenhista brasileiro (cearense) Gustavo Borges.
Conta a história de um país de nome Nova Amazônia em que existe uma sociedade mista entre humanos e ?autômatos?. Um minério chamado Vitrium é a base de toda economia e, alem doa usos minerais, serve para gerar energia e outras cositas. E, aparentemente foi utilizado, há 20 anos, para a confecção de uma droga que, em pouco tempo levava seus usuários da glória a morte. Justamente nesta época, nosso protagonista, o detetive Joe Santos, desmantelou a quadrilha, mas em uma ação desastrosa que culminou com a morte de sua parceira e a perda de parte do seu próprio corpo. Acaba fugindo após o processo e vive como renegado. No tempo atual, uma série de mortes volta a acontecer e nosso (anti)herói retorna para investigar, a despeito de viver na clandestinidade.
HQ trazida ao Brasil pela Conrad de capa mole, com orelhas, mas papel de excelente qualidade, brilhoso. A arte é muito boa (o Gustavo Borges fez e faz muitos trabalhos para gigantes do mercado como Marvel e DC), com personagens bem construídos, não caricatos. A questão de usar a selva amazônica, inclusive com várias referências reais, juntando com uma história distópica futurística (até o festival de Parintins aparece tanto na história principal como na história extra). As lacunas na história e uma contextualização da sociedade são muito bem cobertas com o recurso do Jornal local (aparecem 2 edições, ao fim da primeira e da segunda parte). Ainda temos uma história extra que mostra o primeiro caso do Joe Santos, 30 anos antes da história principal. E um texto com East Eggs amazônicos!
Parabéns para editora e autores.