Barbara193 07/09/2024
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O livro traz análise sobre a complexa questão racial, em uma parte com foco específico nas diferenças entre as percepções de negritude nos Estados Unidos e no Brasil. Enquanto nos EUA a identificação racial está mais ligada ao genótipo (herança genética), no Brasil o fenótipo (aparência física) desempenha um papel central, criando um cenário de miscigenação e categorização fluida que afeta profundamente a identidade racial dos indivíduos.
Bastos explora como, no Brasil, a miscigenação gerou uma categorização ambígua e muitas vezes problemática em relação aos pardos. Estes, ora são considerados negros, ora brancos, dependendo do contexto social, das conveniências e das percepções de branquitude.
A autora argumenta que essa fluidez racial cria um dilema de pertencimento para os pardos, que enfrentam dificuldades para se reconhecerem como parte de um grupo racial específico, pois tanto negros quanto brancos podem não os reconhecer como iguais.
?50 Tons de Racismo? faz um apelo para que o Brasil encare de forma mais honesta as consequências da sua história de miscigenação e o impacto disso na identidade racial. A autora desafia a romantização da miscigenação como sinônimo de igualdade racial e apresenta os desafios identitários - em um país que ainda valoriza a branquitude como status social.
Em suma, Janaína Bastos oferece uma análise crítica das diferenças entre os contextos raciais dos EUA e do Brasil, e traz à tona as complexas questões identitárias e sociais enfrentadas pelos pardos no Brasil, que vivem na interseção entre negritude e branquitude.