Joel R. 08/08/2020
A humanização de um titã e "pai" louco
Com o vilão alcançando novos patamares de popularidade devido ao universo cinematográfico da Marvel, esse quadrinho escrito por Tini Howard vem com a aparente tentativa de humanização de Thanos, o Titã louco. Eu sempre achei as motivações do personagem nos filmes, por mais que deturpadas que fossem, mais interessantes do que se comparada aos quadrinhos. Creio, inclusive, que foi um dos fatores que impulsionaram bastante o aumento de sua popularidade entre as novas pessoas que começaram a se instigar por esse universo da casa das ideias. Howard respeita o cânone do personagem por apresentar em sua doentia necessidade de extermínio de raças/seres e a figura literal da morte lhe assombrando para sua satisfação. Apesar disso, achei um pouco estranho esse desenvolvimento nas páginas iniciais desse quadrinho, pois creio que podia ter sido desenvolvido melhor, principalmente se levarmos em conta a aderência de novos leitores desavisados com tal background importantíssimo do vilão. Dito isso, o ponto alto está na relação conturbada e ao mesmo tempo tão familiar entre Thanos e Gamora. Acho que apesar disso nortear bastante tempo da narrativa, alguns embates meio anti-climáticos acabaram fazendo com que isso perdesse bastante força. A narradora da estória é a própria Gamora, dando um aspecto bem pessoal para a narrativa e é corroborado em um final bem interessante. Os desenhos de Ariel Olivetti são competentes, mas não são memoráveis por não acrescentar ou conversar com o que está sendo contato. Na edição que tenho em mãos, da Panini, fiquei surpreso com as capas do artista Jeff Dekal, e acho que o mesmo ilustrando toda a estória, fazendo os devidos ajustes narrativos, se encaixaria perfeitamente e elevaria muito a qualidade do arco aqui escrito.