Jovens Assassinos - Tex # 541

Jovens Assassinos - Tex # 541



Resenhas - Jovens Assassinos - Tex # 541


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Carlos.Santos 09/01/2019

WESTERN VICIANTE
WESTERN VICIANTE

Agora, depois de tantos anos, finalmente descobri porque os meus tios liam tanto Tex: essa porra é viciante!

Em pouco mais de dois meses, devo ter lido umas quinze histórias do ranger e nenhuma ficou abaixo do muito bom.

Tex é publicado há décadas pela editora italiana Bonelli. A linha editorial deles prioriza as tramas fechadas, normalmente arcos curtos, que duram no máximo duas edições. Tal fato é ótimo para o leitor iniciante, pois, dificilmente, você vai se perder ao pegar um número aleatório do fumetti (ao contrário dos comics e dos mangás onde a chance do leitor incauto ficar "boiando" nas histórias é gigante).

Além disso a indiscutível qualidade dos roteiros e da arte é um tremendo chamariz. Até agora não peguei nenhum quadrinho do Tex mal desenhado. Aliás, pelo menos uns três desenhistas da série entrou no hall dos meus mestres do lápis da nona arte. Até então desconhecidos para mim, esses caras arrebentam no pincel, numa narrativa espetacular e cinematográfica, não raro me deixando na dúvida se eu estava lendo um quadrinho ou assistindo uma película do Sergio Leone ou do Corbucci.

Sendo de origem italiana, obviamente, Tex bebe muito da fonte dos westerns spaghetti. Não raro os fãs desse gênero da sétima arte vão encontrar referências aos clássicos de Leone e companhia, sejam nos enquadramentos ou nos enredos. Enredos esses que, apesar dos clichês do faroeste, ainda sim conseguem ser envolventes e emocionantes, sendo um verdadeiro milagre dos roteiristas o malabarismo para segurar o leitor por mais de cem páginas cada mês.

Tex Willer é uma espécie de avatar da justiça (ou seja o típico cowboy infalível), contudo suas histórias, ainda bem, por diversas vezes, descambam para o ambíguo, onde questões de cunho social, trespassam a simplicidade do bem contra o mal e nos vemos sendo empáticos com os nêmesis do ranger.

Esse é o caso do arco Os Jovens Assassinos, publicado em 2014, escrito pelo ótimo Boselli - atual editor do quadrinho - e muito bem desenhado pelo artista de nome Font. A principio temos uma trama de faroeste banal: Tex e seus parceiros perseguem uma trinca de irmãos - dois rapazes e uma moça - que vem aterrorizando as pequenas cidades por conta da audácia dos seus roubos a bancos. Porém, ao longo da narrativa, Boselli, como é típico em suas tramas, acrescenta camadas aos personagens onde até mesmo Tex e seus amigos acabam por encontrar-se numa sinuca de bico moral no final.

A arte de Font é bastante cinematográfica, com destaque para as cenas de tiroteio, muito bem enquadradas e emocionantes. Ou seja, um Tex clássico.

Para finalizar, é bom dizer que Tex apresenta um tremendo custo/benefício para quem aprecia - e pode - comprar quadrinhos físicos. O preço é justo e dificilmente o leitor vai encontrar uma história ruim. Ou seja, é uma baita opção para quem está cansado da mesmice dos quadrinhos de super heróis ou não quer acumular incontáveis volumes de mangá.
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