spoiler visualizarEric Rocha - Ersiro 18/12/2015
O Garoto que Virou Hokage
Para iniciar a resenha, começarei falando sobre o próprio volume em si.
A tão esperada luta entre Naruto e Sasuke desde a última vez que estiveram no Vale do Fim…
Bem, me incomodou um pouco sobre Sasuke querer dar uma de mala logo no final. Pra mim ficou forçado demais todo aquele blá-blá-blá, para no fim acontecer o inevitável em um piscar de olhos. E sem contar na luta deles que foi meia sonolenta — não foi como aquela de quando ainda eram pequenos e lutaram no mesmo local. Esta sim, foi incrível.
Essas últimas lutas durante o período da Guerra foram estranhas; não parecia que eu estava lendo Naruto, e sim uma estória completamente diferente.
Somente no fim do volume que comecei a gostar! Ficou muito bonita a cena dos dois caídos sobre as mãos das estátuas de Hashirama e Madara que acabaram fazendo o selo de reconciliação.
Gostei especialmente do penúltimo e último capítulo do volume. Estavam com um ar tão de "lar", que foi muito prazeroso lê-los. Foi como se em um passe de mágica, estivesse de volta para o tempo em que eles ainda eram genins e tudo era tão inocente, mas ainda assim tão bom! Aaaah, belos tempos que não voltam mais!
Bom, mas Kishimoto respondeu e mostrou os casais.
O engraçado foram as caras cuspidas dos filhos em relação aos pais. Acho que Kishimoto estava tão cansado depois de tanto tempo, que resolveu não se preocupar com esse pequeno fato. Inclusive a maioria dos nomes dos descendentes derivam dos pais!
A partir do momento que Kishimoto decidiu ir com tudo na segunda parte da estória — fase shippuden —, pudemos notar uma mudança na trama. Ela ficou mais séria e complexa.
O autor tinha uma coisagrandiosa nas mãos, mas que não soube usar tão bem. Os volumes antes da Guerra foram bons, com algumas escorregadinhas, mas nada que matasse. Houve momentos incríveis e outros no ápice da emoção, mas não foi algo crescente, foi como uma cadeia de montanhas, onde ora está lá no alto, ora não.
O problema foi quando a bendita Guerra se infiltrou na estória. O nível começou a cair, cair, e com muito custo quase não despencou de vez. Não julgo a decisão do autor em querer iniciar uma nova Guerra — afinal, acabamos recebendo muitas respostas sobre o passado e tudo o mais —, mas é certo que a achei mal trabalhada.
Acredito que a melhor coisa que o autor fez em todo o mangá — e que foi algo constante — foi a construção dos vários personagens.
Sim, aqueles personagens que pareciam ter mais notoriedade na fase clássica, mas que depois acabaram aparecendo menos e quase não tendo importância nenhuma! Mas tudo bem, a caracterização deles acabaram sendo boas.
Inclusive algo que gostei bastante foram os flashbacks que possibilitou ao leitor conhecer um pouco mais dos personagens.
Para o volume final, dou a nota 3.
Agora para a estória como um todo, do começo ao fim, mesmo com os trancos e barrancos, dou um “quase 5”. Porque ela é uma estória boa, com um mundo muito bem criado — e, ao meu ver, seria até mesmo épica, caso tivesse sido algo progressivo, até culminar em uma explosão de emoções e sentimentos.
Foi uma boa jornada e agora que acabou, confesso que Naruto vai deixar um vazio.
Termino esta resenha com uma frase de Hidenori Kusaka, em Pokémon Adventures: "Assim o tempo passa e as histórias nunca tem um verdadeiro fim".
Abraços e boas leituras! :)