Raphael 02/05/2015
Sobre Contar Histórias de Horror Para Criancinhas
Inconcebível é, antes de tudo, uma história sobre Doom, e não sobre o Quarteto. E isso por si já torna a história interessante.
O Quarteto não é lá meu grupo favorito. Eu acho o grupo datado é bem piegas. Mudar pro Destino ajudou bastante a história a se tornar palatável.
Segundo ponto: não é uma história com o yadda yadda pseudo-científico de Richards. A história conta sobre acreditar naquilo que não se consegue explicar, e sobre humildade. Sobre como lidar com a fé num mundo que te cobra racionalidade.
São temas profundos, e situações aterrorizantemente maduras são apresentadas nesse arco. Acho que se algumas coisas apresentadas aqui fossem representadas mais "fielmente", a Marvel teria que colocar um selo 18+ na capa. Por isso, algumas situações PESADAS acabaram sendo mostradas de forma leviana (tipo uma armadura feita de couro humano é uma personagem ter passado uma temporada no Inferno e ter ficado traumatizada por isso). Virou quase um conto de fadas.
Fora isso, Marvel peca em não ter uma cartilha para o uso da magia. Cada autor a representa como quiser, e aqui a magia é apresentada primeiro como algo incompreensível e instável, misterioso e indecifrável; pra logo depois virar uma ferramenta. Algo que se adquire como se fosse uma espada mais forte qe a anterior. Pior, chega ao cúmulo de ser usada com umas palavras e uns gestos por alguém que nunca viu ou ouviu falar de nada mágico. Todo mundo pode ser um Harry Potter, com o uso certo das palavras e das mãos. Ficou feio, ficou rude.
Por fim, acredito que essa história seria melhor fora das mensais, em uma mini série ou One shot comemorativos. Quem sabe um Quarteto Fantástico da linha Max.
Assim, os temas poderiam ter sido tratados com a maturidade que eles mereciam.