Tico Menezes 23/11/2022
Companheirismo, maturidade e perseverança
Temos aqui um dos maiores momentos da história do Homem-Aranha: A conversa sobre a identidade secreta de Peter com a Tia May. Magistralmente concebido, o acontecimento surpreende não pela intensidade novelesca que muitos esperariam, mas pela maturidade e a natureza. Tia May é mãe de Peter e, como tal, faz seu melhor para compreender as razões de seu filho e aceitá-lo como é. É belíssimo, sensível e faz jus à história do herói e de seus coadjuvantes.
Vemos um pouco mais do Peter professor, o que é sempre bacana de acompanhar. Sua disposição em ajudar e entender os alunos o leva a uma trama astral, misteriosa e que, apesar da resolução simplista, não perde o foco e transmite uma importante mensagem sobre a desigualdade nos EUA e suas consequências.
O arco final é uma treta do Octopus com um plagiador, mas que serve apenas como o pano de fundo de ação para uma história muito mais importante. Aqui começamos a ver o retorno da relação entre Peter e Mary Jane. Straczynski escreve muito bem esses personagens, vide os ótimos diálogos que deixam claro as problemáticas do relacionamento, as perspectivas do casal, o amor intenso e bonito que nutrem um pelo outro e a maturidade na decisão que tomam. O companheirismo de Pete e MJ é uma das coisas mais bonitas nas histórias de super-heróis, raríssimo e um ótimo exemplo para namorados do mundo inteiro.
A fase Straczynski não é considerada clássica sem razão. E, tirando Pecados Pretéritos que merece ser esquecida, vou reler tudo e me permitir redescobrir meu amor pelas histórias do Cabeça de Teia.