A Voz do Silêncio #01

A Voz do Silêncio #01




Resenhas - A Voz do Silêncio


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Lyloom | @elfadoslivros 22/05/2020

Melhor do que o filme.
Depois de amar loucamente o filme, precisei ler os mangás e, como já esperava, nos trás pontos importantes que o filme tornou raso.
Recomendo a leitura!
Jojobi 24/05/2021minha estante
Chorei lendo, chorei assistindo o filme, chorei antes de dormir lembrando das cenas. Gente que mangá tenso, é incrível em absolutamente tudo.


Lyloom | @elfadoslivros 25/05/2021minha estante
Tudo pra mim, apenas




Raquel 12/06/2020

Uma voz no silêncio
É difícil não acompanhar a história com uma sensação de aperto no peito, já que a personagem principal é surda e sofre bullying de seus colegas. Um assunto sério que deve ser combatido sempre. Mas vamos ver nos próximos volumes o rumo dessa história.
Brê 12/06/2020minha estante
eu vi o filme e chorei muito, é maravilhoso




Julia 12/11/2020

Tá mt bom
Bem mais detalhado que o filmee, claramente. Eu amei e pretendo ler os outros volumes logo, logo.
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Estela 17/02/2020

Uma história muito importante
É minha primeira experiência com mangá e é bem diferente de ler um livro corrido. Ainda estou me acostumando e fiquei um pouco perdida em algumas partes, acho que por isso não me envolvi tanto com a história. Passando por cima da estranheza da leitura, a história é muito bonita e importante. Fala sobre bullying e todos os envolvidos: o que pratica, o que sofre, os que incentivam, os que ignoram e os que negligenciam. É impressionante a crueldade de algumas ações tanto para com a Shouko, quanto para com o Shouya. Na verdade você percebe que ninguém entendeu nada sobre como lidar com a situação quando ela se repete, desta vez com o Shouya, que anteriormente era quem praticava o bullying. O professor deixa muito a desejar e chega até a culpar o Shouya pelo que ele está enfrentando.
Esse primeiro volume é só uma apresentação da história, basicamente o que aparece na sinopse. Acredito que a história mesmo vá começar a partir do segundo volume e estou ansiosa para continuar a leitura.
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Paulo 02/12/2021

Quantos de nós já não presenciamos, sofremos ou participamos de atos de bullying quando estávamos na escola? Já há alguns anos, a escola passou a ter uma preocupação maior com o potencial negativo do bullying na vida de uma pessoa. Em A Voz do Silencio, Yoshitoki Oima nos mostra o bullying a partir do ponto de vista de quem sofre e de quem pratica. E dos efeitos negativos que se tornam a consequência de tais ações. Além disso, a autora nos mostra os obstáculos e desafios que uma pessoa que possui deficiência auditiva passa. Tudo isso em uma narrativa sensível e emocionante que já encantou milhares de fãs pelo mundo todo.

Shouya é um típico menino inquieto em sua juventude. Gosta de pregar peças, aprontar todas e não tem paciência com as lições da escola. Tudo isso é tedioso, segundo ele. Ele mora com uma mãe solteira que precisa trabalhar em seu salão de beleza para colocar comida na mesa e sua irmã é uma pessoa que sempre tem um namorado novo toda semana. Shouya tem um grupo de amigos com quem gosta de brincar de se atirar no rio do alto de uma ponte. São as provas de coragem. Mas, à medida em que eles vão crescendo as brincadeiras sem noção do Shouya vão se tornando bobas. E os amigos que tanto zoavam junto com ele, agora tem outros interesses. E o tédio volta à vida de Shouya. Mas, uma nova aluna chamada Shouko vai despertar o interesse pouco usual do garoto. Isso porque ela é uma menina que possui deficiência auditiva. A partir daí, Shouya vai aprontar todas com ela até que um dia aquele que fazia o bullying se torna vítima do bullying.

A Voz do Silêncio é um mangá bem pesado e que fala de um tema tão presente em nossa vida que pode acontecer ou já aconteceu com qualquer um. O protagonista, Shouya, é um personagem bem difícil de sentirmos empatia. O fato de ele fazer bullying com a Shouko é uma maneira nítida de chamar a atenção. Ao perder a atenção de seus amigos que não desejam mais fazer coisas bobas, ele vê no bullying a Shouko uma maneira de superar o tédio. Só que ele não se dá conta do mal que ele está causando na menina. Suas ações se tornam cada vez mais abusivas à medida em que o tempo passa até que a escola decide finalmente intervir. O que ele não esperava era que acontecesse o contrário com ele. Que aqueles que riam e se divertiam com os abusos cometidos contra a Shouko fossem os primeiros a se voltarem contra ele. O abusador se torna aquele que sofre o abuso. E ele não sabe mais como lidar com toda a situação.

Falando um pouco da arte, ela pode parecer simples a quem vê em um primeiro momento. Até porque a autora se preocupa mais com os personagens em si do que o fundo. Não é incomum vermos páginas e mais páginas de fundo branco. O trabalho que ela tem com as expressões dos personagens é fascinante. Todos os personagens possuem gestos e expressões que os definem. Sabemos quando a Shouko está alegre, triste ou pensativa; o mesmo vale para o Shouya. Em uma narrativa sobre uma menina que tem deficiência auditiva e fala muito pouco no mangá, a autora precisou encontrar formas alternativas de fazer com que ela se comunicasse com os demais personagens. Em volumes posteriores, veremos mais acerca da linguagem de libras, e ela começa a introduzir de leve isso no primeiro volume, mas podemos ver como ela precisa tocar para expressar determinadas frases, ou a maneira como o seu corpo reage a certas circunstâncias. Essa preocupação com o personagem antes do fundo e com a forma como ele interage com aqueles que o cercam possui um alto grau de dificuldade. Ou seja, a arte não é surpreendente, mas a forma como ela faz os personagens ganharem vida e expressividade é o que faz dela tão diferente.

Nesse primeiro volume, vemos também uma forte crítica à maneira como a escola lidou com o caso da Shouko. E é um reflexo de várias escolas espalhadas pelo Brasil. Ela é colocada na turma e precisa se adaptar à maneira como a aula acontece. É lógico que isso não vai dar certo e a menina logo começa a ficar para trás e atrapalhar a dinâmica da sala. A coordenadora pedagógica é completamente despreparada para lidar com o caso da Shouko, principalmente quando os casos de bullying começam a acontecer. Em nenhum momento vimos os pais sendo chamados para conversar sobre seus filhos, apenas foi adotada uma postura punitiva. O professor é o pior problema: é um cara que não só se diverte com as brincadeiras tolas feitas com a Shouko como ignora o que pode fazer para melhorar a qualidade de aprendizagem da menina. Estamos em um momento de discussão sobre inclusividade na escola e temos um ministro da Educação que fala da necessidade de separar os alunos com deficiência como se fossem alienígenas. Não tem a ver com separação; tem a ver com preparação e estabelecer políticas públicas educacionais que permitam a essas pessoas. Me senti mal ao ver toda aquela situação acontecendo com a menina e a inércia absoluta da escola.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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Tiago 13/05/2017

Um mangá espetacular
Koe no Katachi ou A voz do silêncio, o título oficial no Brasil, é uma obra da autora Yoshitoki Oima, publicado originalmente entre 2013 e 2014 na revista Weekly Shounen Magazine da editora Kodansha e publicada no Brasil pela editora New Pop. Apesar de ser publicado numa revista shounen não é uma obra de ação e pancadaria e sim um drama que aborda assuntos sérios como bullying, deficiência física e sociedade.

A história, acredito que todos devem estar carecas de saber, mas trata da relação entre Shouya Ishida, um jovem que só pensa em se divertir e Shouko Nishimya uma estudante transferida que sofre de perda auditiva. Shouya resolve pegar no pé da garota o que acaba tornando-se bullying, causando humilhação, prejuízos financeiros e físicos. Nesse primeiro volumes vemos como toda essa situação se forma e suas consequências para ambos.

A edição física da New Pop vem no padrão de qualidade conhecido da editora, papel do miolo em offset com boa gramatura e pouquíssima transparência. A encadernação é boa, mas achei que poderia ter sido um pouquinho melhor, mas nada que atrapalhe. Comparando com Suicide Club e a novel Fate/Zero, esses achei a encadernação um pouco melhor. A lombada é colada e costurada, como todas as obras da New Pop. Destaque para a capa, lombada e contracapa que formam a imagem da sala de aula, parede e corredor da escola, um efeito muito bonito e ótimo gosto.

Sobre edição e revisão, um ponto sempre importante quando tratamos de New Pop, a edição está perfeita e só encontrei um erro de digitação que passou despercebido pela revisão, mas que não chega a atrapalhar o prazer da leitura.

A voz do silêncio é um dos melhores lançamentos do primeiro semestre (e provavelmente do ano) e muito indicado para quem deseja sair do mainstream e ler uma história com drama e que aborda temas importantes e reais da sociedade. Esse volume um já entrou fácil na minha lista de favoritos e só não dei 5 estrelas por causa do errinho de digitação e da encadernação que poderia ter sido um pouco melhor.
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hscardigan 01/08/2023

A voz do silêncio
Esse foi de longe um dos melhores mangás que eu li esse ano.
No começo da muita raiva do personagem principal mas depois você lembra que ele é apenas uma criança e que ele faz as coisas que faz na inocência apesar de saber que é errado (claro que isso não justifica as ações dele e não anula o fato de ser errado) e depois dá muita dó pelo que vira a situação.
Não sei se amei pelo fato da história ser bonita ou se é por que o mangá entra em temas psicológicos (acredito eu que seja os dois) que me interessam muito, mas sendo um ou sendo outro amei de qualquer forma.
Leiam.
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@blogleiturasdiarias 15/09/2018

Resenha | A Voz do Silêncio
Sabe aquele mangá que você não espera grandes coisas, mas te surpreende imensamente?! Koe no Katachi entra nessa categoria. Sempre tinha ouvido falar bem da história, porém o receio sempre me deixava com um pé atrás. E mesmo assim resolvi arriscar, e acabou que não somente gostei, entra para ser um dos meus favoritos.

Shouya é um bully, suas brincadeiras infantis são uma verdadeira tortura para sua colega de classe, Shouko, uma nova aluna surda. Conforme a coisa piora e todos ao seu redor parecem ignorar ou estimular as brincadeiras maldosas, Shouya passa dos limites, forçando Shouko a mudar de escola. Tendo sido considerado o culpado por tudo, agora é ele quem sofre torturas e bullying, aprendendo na pele o seu erro. Seis anos depois de todos os ocorridos, o rapaz decide encarar de frente a menina que atormentou e tentar corrigir os erros do seu passado. Será que ele conseguirá sua redenção? Ganhador de diversos prêmios no mundo todo, A Voz do Silêncio, no original Koe no Katachi, chegou a ser adaptado para as telonas no final de 2016, tornando-se um dos grandes sucessos do ano.

Enredos que conseguimos tirar grandes lições de vida são os melhores. E é o que mais me tocou e me fez pensar em colocá-lo como um dos meus favoritos do ano. Bullying é um assunto complicado, e que deve ser debatido. A forma como a mangaká trouxe isso é sensacional. Porque veremos que não é somente quem sofreu bullying que passa por problemas. Mas o que isso pode acarretar em volta. Em como todos possuem problemas, visíveis ou não, e como esta situação afeta não só você, mas o grupo que convive.

Eu comecei o desenvolvimento realmente odiando o Shouya, pensando seriamente que seria um protagonista que me faria passar altas raiva. E ao longo do quadrinho vi que não. Ao mesmo tempo que você entende a dor que ele causou a alguém que não lhe fazia nada, se colocar no seu lugar nos faz sentir as consequências que ele teve por esse ato destrutivo. É uma história de muita redenção, de muito perdão não só dele, de uma lista imensa de personagens. Uma ação que desencadeou várias reações. E por incrível que pareça, ele tornou-se o meu protagonista favorito. Soube dar a volta por cima por todo problema que criou. Ou pelo menos no final tentou.

Shouko é que deteve a maior surpresa. Não esperava encontrar algumas escolhas que ela tomou. Talvez propositalmente, a forma dela comunicar foi difícil de ser transpassada, e por isso não vi a grande reviravolta que acontece com ela chegando. Fui impactada. Porque não era algo que imaginava vindo dela, porém reforça o que falo sobre uma situação deslanchar vários outros pontos. Seu lado meigo, frágil e sorridente esconde grandes sentimentos que em um momento a sufocará. E a explosão é grande, e que afeta vários.

Temos alguns secundários — Tomohiro Nagatsuka, Miyoko Sahara, Miki Kawai, Satoshi Mashiba e Naoka Ueno — que formam o grupo principal, e adicionam mais dramas e cenas divertidas durante toda a trama. Sendo uma equipe de suma importância em algumas decisões, mostraram ser um turma coesa com a narrativa. Alguns deles não gostei muito, confesso, entretanto outros são maravilhosos.

De uma forma geral, é uma coleção que aconselho a ler com todos os volumes comprados — a não ser que queira ficar ansioso pelos ganchos que são deixados em cada final. Traz reflexões que podemos usar no dia a dia de forma direta e outros de forma subentendida. O que posso afirmar com absoluta certeza, é que vai além da classificação drama e romance — e este segundo na minha opinião é mínimo. As questões de perdão, superação e entendimento das atitudes que teve é o maior enfoque. Por isso mega recomendado pois vai incomodar, vai fazer você pensar em um tema que tem relação com nossa atualidade.

Houve adaptação para filme animado japonês, que me instigou por sem bem fiel, só que partes importantes do mangá não são mencionados no filme. É bom para fazer comparação entre as duas formas de arte, e acho que seria até uma opção a quem não quer se arriscar primeiro no mangá — contudo aviso que a leitura do mesmo é essencial, então leia hahaha.

Sobre as partes físicas, eles são menores do que os mangás das editoras Panini e JBC, o que deixou ele desigual na coleção. Só que me informaram que é basicamente o padrão da New Pop. É folha offsset — o que justifica o preço de R$ 16,00 — e a capa interna possui detalhes (em preto e branco). Não possui folhas coloridas e existe alguns erros de revisão e cortes nas folhas que me incomodaram (aquele erro de gráfica quando cortam a folha de forma torta e ai as falas e as imagens saem também cortadas). Se pesar na balança, vale a pena a comprar.

Sobre o traço da mangaká, achei ele maravilhoso. É um dos grandes destaques. Não é aquele padrão que nos é esperado, nem o comum, e é carregado em detalhes quando necessário. Quando os sentimentos são muito fortes, ela consegue perpassar essa sensação nas feições dos personagens de forma claríssima. Isso me pegou desprevenida, o que me faz tirar o chapéu. Te transpassa o sentimento de dor, de sufocamento, todo aquele turbilhão de emoções.

Queria que alguma editora trouxesse a nova obra dela ao Brasil, intitulada Fumetsu no Anata e (To You, The Immortal), no entanto sabemos que esperarei sentada. A quem se interessar é de fantasia. Mais uma que entra para meu ranking de queridinhos. Espero que tenham gostado!

site: https://diariasleituras.blogspot.com/2018/09/manga-resenha-a-voz-do-silencio-koe-no-katachi-new-pop.html
Bruno 08/09/2019minha estante
Que legal, não sabia dessa nova obra.




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Karen84 08/10/2023

Li o mangá pq n tenho coragem de assistir o filme, dizem que ele é bem triste, mas irei ver
Comprei no sebo
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sayu 27/06/2021

Desculpa.
Koe No Katachi está sendo meu primeiro mangá e por conta disso achei uma leitura um pouco complicada. As vezes precisei voltar algumas páginas e reler pra ter certeza que entendi bem a situação, não acho que foi um problema do mangá, mas falta de costume mesmo.

Por meses tentei adiar essa leitura com medo de me afetar de alguma forma, mas de verdade sinto que esse gancho para a segunda edição me deixou com uma ponta de esperança. Não só relacionado especificamente com a história, mas também com a minha vida. De início sentia muita repulsa do Ishida, mas tenho que levar em consideração a idade dele...era uma criança (não que justifique seus atos), mas agora sinto que talvez seja a forma dele lidar com o próprio vazio. Não considero o certo, mas também não acho que é algo irreversível. Por mais horrível que tenha sido seu passado, ele me parece genuinamente arrependido e sinto que com o passar dos anos essa solidão o fez repensar e aprender. Já percebi que vou aprender e chorar muito com essa história.

Muito ansiosa para iniciar a leitura do próximo!
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Mariana - @escreve.mariana 03/02/2020

Delicadeza e representatividade, de uma perspectiva única [IG @epifaniasliterarias_]
"A voz do silêncio", da mangaká Yoshitoki Oima, conta com um enredo sensível e verossímil, ao narrar a história de Shouya e Shouko, que estudam na mesma turma da 6° série do ensino fundamental. Apesar da pouca idade, nos deparamos com a crueldade de Shouya e de alguns colegas, que praticam bullying contra Shouko, a aluna nova com deficiência auditiva.

Essa crueldade de Shouya não se limita ao tratamento de Shouko, já que também intimida e agride alguns de seus amigos. É chocante perceber que o professor deles não toma nenhuma atitude concreta a respeito, apenas dá breves advertências a Shouya. Isso até o momento em que a mãe de Shouko ameaça chamar a polícia na escola pra descobrir quem é o bully.

A partir desse episódio, a culpa recai somente sobre Shouya, como se não tivesse sido incentivado por muitos amigos e negligenciado pelo professor. Agora, visto como pária por seus colegas, os papéis se invertem e Shouya passa a sofrer bullying, tortura e violência. Movido unicamente pelo ódio, chega um momento em que as "brincadeiras" de Shouya saem dos limites, forçando Shouko a mudar de escola.

A experiência de leitura desse mangá foi incrível, apesar de extremamente dolorosa. É de impressionar a crueldade que uma criança pode usar pra tratar as outras, apenas por diversão própria. Também me chocou bastante a insensibilidade e falta de empatia da maioria das crianças com a Shouko, que por conta de sua deficiência tinha algumas limitações na escola e, por isso, era a vista por colegas e professores como um estorvo.

Quando sofre bullying, ela lida com a situação de forma calma, o que muitas vezes me deixou angustiada. Senti que ela não tomava uma atitude por se sentir culpada em relação a sua deficiência, porém sua vergonha e tristeza ficavam visíveis naquele momento. Apesar de tudo isso, Shouko não perde a doçura e continua tentando fazer amizades com as outras crianças.
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Haag 02/05/2017

Uma Lição de Vida, Uma Obra Obrigatória.
Chegou finalmente o dia pelo qual aguardei a quase 2 ou 3 anos, o dia em que finalmente poderei comentar a edição brasileira de um dos meus mangás favoritos. Então se preparem para um CoV sério, pesado e com vários spoilers do primeiro volume. Chegou a hora de falar de algo incrível.

Koe no Katachi, ou A Silent Voice no nome americano, é uma obra de Yoshitoki Oima e foi publicada entre 2012 e 2013 nas páginas da Weekly Shonen Magazine, a mesma revista de Ippo, Nanatsu e Fairy Tail. Ao todo o mangá teve 62 capítulos, compilados em 7 volumes encadernados. Em 2016 ele recebeu uma adaptação animada para os cinemas.

No Brasil, depois de muita demora a obra enfim foi anunciada e justamente pela NewPOP, que embora sofra de atrasos, é reconhecida pela sua excelente qualidade gráfica. Também teremos agora em maio a exibição do filme nos cinemas brasucas através da rede Cinépolis (que infelizmente não tem aqui em Porto Alegre).

A sinopse utilizada pela NewPOP para A Voz do Silêncio (nome brasileiro) é a seguinte:

“Shouya é um bully, suas brincadeiras infantis são uma verdadeira tortura para sua colega de classe, Shouko, uma nova aluna surda. Conforme a coisa piora e todos ao seu redor parecem ignorar ou estimular as brincadeiras maldosas, Shouya passa dos limites, forçando Shouko a mudar de escola. Tendo sido considerado o culpado por tudo, agora é ele quem sofre torturas e bullying, aprendendo na pele o seu erro. Agora, seis anos depois, o rapaz decide encarar de frente a menina que atormentou e tentar corrigir os erros do seu passado. Será que ele conseguirá sua redenção?“

Bom, não foram poucas as vezes que vocês me viram falar de KnK nesses quase 2 anos de blog (talvez só Shigatsu tenha superado ele). O fato é que esse é facilmente um dos meus 10, talvez até 5 mangás favoritos de todos os tempos. Já devo ter lido ele umas quatro vezes online e agora recomeço novamente pela NewPOP (volume que já reli mais três vezes de sábado até hoje).

Koe no Katachi é uma lição de vida, mas não é aquela lição sutil como em Usagi Drop, está muito mais para um direto no meio do queixo que te derruba e faz pensar que porcaria de nundo estamos vivendo. Ele realmente nos mostra o pior das pessoas de um modo forte, não naquele sentido de maldade e crueldade, mas sim de hipocrisia e egoísmo, que para mim são muito piores.

Esse primeiro volume é uma espécie de super flashback, a obra começa com Shouya reencontrando Shouko e dizendo que ela é a pessoa que ele mais odeia. Então temos uma volta no tempo de 6 anos. Voltamos para a época de fundamental deles e vemos não apenas como tudo começou, mas também as duras consequências que aquilo trouxe no final de tudo.

Esse mangá é uma aula sobre bullying e deveria ser distribuído para todos aqueles que acham que esse tema é só frescura ou mimimi. Aqui nós vemos um bullying pesado e violento, que trás consequências duras tanto financeiramente quanto psicologicamente. Não é aquela “brincadeira de criança” de pegar no pé de um coleguinha, não é “zoeira”, o que vemos é violência pura, a tentativa de humilhar e ser melhor que alguém.

“Ah, então Shouya é um monstro” Aqui entra o que para mim é o genial de Koe no Katachi nesse primeiro volume, pois eu acho que de todos que cometem o bullying com a Shouko, ele é o “menos culpado”. Desde o começo nós vemos que aquilo para ele era uma brincadeira e que ele fazia para chamar a atenção, ele assumia o que fazia. Os demais utilizavam Shouya como desculpa, faziam o mesmo bullying pesado mas sempre deixando o garoto na reta. O professor é um grande exemplo, por diversas vezes ele ria da situação e quando precisava dar uma bronca suas palavras eram sempre de duplo sentido, recriminando ao mesmo tempo em que davam a entender que concordava.

É óbvio que não estou defendendo o Shouya, as coisas que ele faz com a Shouko são absurdas e cruéis. Trazem consequências pesadas para a criação da garota (como veremos nos próximos volumes) e também para a família dele, quando sua mãe é obrigada a indenizar a mãe da Shouko com um alto valor.

Porém o que quero dizer aqui é que KnK é mais do que apenas “o garoto que fez bullying e hoje quer redenção“. Ele é sobre as pessoas, sobre suas falsidades e aparências. Muitas vezes vemos o monstro naqueles que se mostram, odiamos aquela pessoa sincera que chega na nossa frente e diz o que pensa, enquanto convivemos com aquelas que nos ofendem pelas costas. Uma cena que exemplifica isso muito bem é quando a representante da turma chora na frente do diretor. Coitadinha dela, a aluna das boas notas, representante da classe e que está sendo acusada injustamente pelo sempre rebelde Shouya. Nós leitores sabemos que ela em muitas vezes foi muito mais cruel do que ele no bullying, mas quem vai acreditar nas palavras do rebelde contra a garota perfeita?

Quando Shouya começa a ter o bullying virado contra ele isso se evidencia mais ainda. A turma não pode mais abusar da Shouko, por isso procuram uma nova vitima e encontram uma desculpa para essa ataque nele. Afinal, quem vai defender um bully? Isso fica muito forte quando o garoto vai na escola reclamar que roubaram seu tênis pela oitava vez e sua mãe precisou comprar outro, uma cena que faz referência ao caso dos aparelhos auditivos mas que dessa vez recebe uma reação completamente diferente do professor, pois este acusa Shouya de estar mentindo, pois ele era o “vilão” da turma, a pessoa que fazia as maldades e não quem sofria elas.

A decisão que Shouya toma no final do volume é extrema, mas o autor trabalhou tão bem todo o desenvolvimento desse volume que ela pareceu “natural” pela lógica que o garoto criou…
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PAUSA RÁPIDA PARA ALGO REALMENTE SÉRIO: NÃO GENTE, NÃO É NATURAL PENSAR SOBRE SUICÍDIO. Se em algum momento você já pensou sobre isso, procure ajuda dos seus pais ou amigos, converse com outras pessoas que possam lhe mostrar que isso não é uma solução.
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… Tudo que ele sofreu ao longo dos seis anos que se passaram, mesmo mudando de escola o rótulo de “bully” perseguiu ele e isso fez com que cada vez mais ele fosse vitima disso. Com sua decisão tomada, somente uma coisa faltava para ele fazer: se desculpar com Shouko.

E é aqui que termina o primeiro e que vai começar nossa história. Veremos como ambos conviveram e continuam convivendo com o bullying que sofreram, como essa agressão da qual foram vitimas moldou suas vidas e as consequências que isso vai trazer para eles. Vão ser 6 volumes lindos e surpreendentes sobre redescoberta, sobre superar dificuldades e enfrentar medos. Mas principalmente, sobre como essas “brincadeiras de criança” ou “mimimi” podem estragar a vida de alguém e causar feridas realmente pesadas de carregar.

Se você acha que bullying é besteira ou coisa de programa sensacionalista, dá uma lida em A Voz do Silêncio e evolua seu pensamento.

E para quem quer um mangá incrível sobre pessoas, é fácil o melhor em publicação no Brasil. Compre e aproveite.

site: https://itadakimasuanimes.wordpress.com/2017/05/02/comentando-o-volume-113-a-voz-do-silencio-vol-01
ALAN 06/01/2019minha estante
POR QUE VC NÃO COLOCOU CLASSIFICAÇÃO?




Mila F. @delivroemlivro_ 04/10/2020

UAU...
Finalmente li A Voz do Silêncio, vol. 1 (Koe no Katachi - 聲の形, 2013), primeiro livro dessa série de mangás, composta por 7 volumes, produzida pela mangaka Yoshitoki Oima. Estou encantada pela quantidade de reflexões que encontramos só nesse primeiro volume, não é à toa que já me sinto empolgadíssima com os próximos!

Acabei deixando essa série por ler na minha estante por mais de um ano, acreditam? Que lástima, por que fiz isso? Arrependimentos à parte, deixem-me falar sobre minha experiência lendo A Voz do Silêncio, vol. 1. A propósito, como gostei tanto dessa primeira experiência, tem um especial no canal falando sobre os volumes.

Primeiramente quero dizer que bem no começo de A Voz do Silêncio a gente tem fragmentos que uma história que acontece 6 anos depois do que vamos acompanhar nesse primeiro volume, de modo que aqui temos basicamente uma recapitulação do que aconteceu no passado.

Assim, em A Voz do Silêncio, vol. 1, vamos acompanhar a história do jovem aluno do primário Shouya Ishida, que faz qualquer coisa para vencer o tédio e é extremamente sem noção, diga-se de passagem, pois ele e seus amigos fazem as brincadeiras mais absurdas possíveis.

Só que o tempo vai passando e, enquanto os amigos de Shouya passam a ter mais responsabilidade e a não querer mais fazer essas brincadeiras perigosas, Shouya continua na mesma irresponsabilidade e arrogância de sempre.

É exatamente nesse meio tempo que surge uma aluna nova na escola, a jovem Shouko Nishimiya, que é surda e veio transferida de outra escola, porque na instituição anterior sofria muito bullying.

O que, infelizmente, acaba acontecendo nessa escola também, por conta do bullying que Shouya pratica com a garota, porém, Shouko Nishimiya tenta ao máximo fazer amizade e ser gentil, no entanto, a situação fica tão insustentável que Shouko também acaba se transferindo dessa escola também.

A vida de Shouya Ishida não se torna mais fácil depois que Shouko vai embora, pelo contrário, todos os colegas o culpam pela saída da garota e começam a praticar bullying com ele, tornando-o um garoto solitário pelos próximos anos de sua vida. Eis que de autor do bullying agora passa a ser a vítima e "colher aquilo que plantou".

Aqui abro um parêntese para mencionar que os colegas que agora julgam Shouya estão fazendo exatamente aquilo que ele fazia antes. Além do mais, vale ressaltar que, enquanto Shouya praticava bullying com Shouko todo mundo via e não fazia nada, e mais, ainda havia aqueles que também praticavam bullying de forma sutil e camuflada, então, aparentemente, todos estavam precisando de uma lição que, talvez, a vida irá proporcionar a cada um. Fecha parêntese. (rsrs)

Então é nesse momento que voltamos para o salto temporal (6 anos depois desses acontecimentos) e vemos Shouya mais reflexivo a respeito de suas ações quando mais novo, porém, agora o jovem vem guardando uma mágoa e raiva muito grande de todas as pessoas, no entanto, ao tentar imaginar seu futuro, decide que precisa reparar seus erros para ter uma vida melhor. Ser uma pessoa melhor.

Uma observação que quero fazer nesse momento é que senti que esse volume deu mais voz ao Shouya, de modo que sabemos seus sentimentos e pensamentos. Senti falta de acompanhar a perspectiva da Shouko também. Será que posso esperar essa versão no próximo volume? Acredito que muita coisa ainda vai ser explorada nesses dois protagonistas, afinal temos mais outros volumes pela frente.

A verdade é que A Voz do Silêncio, vol. 1 nos coloca diante de uma série de reflexões sobre comportamento e valores morais, no entanto, levanta muitos outros temas não só em relação ao bullying, que é algo muito sério e que pudemos ver alguns desdobramentos das consequências tanto para quem pratica como para quem sofre.

O volume também traz à tona reflexões sobre aceitar, compreender e ser empático com o diferente, com pessoas diferentes e com deficiências que, ao contrário do que muitos pensam, não são incapacitadas, apenas possuem limitações e terão que enfrentar muito mais desafios.

Assim, o mangá coloca em xeque o comportamento não só de Shouya e dos colegas, mas da própria escola, o quão despreparados todos estavam para apoiar e aprender com o diferente, tanto é que a situação chegou ao extremo.

Para mim, foi de partir o coração, quando as duas pessoas que estavam dispostas a facilitar e ajudar no processo de adaptação de Shouko não tiveram apoio, nem dos profissionais e nem dos colegas de classe. Isso é tão real ainda, né?

Sei que já escrevi demais, mas ainda preciso falar que a Shouko é uma das personagens mais fofas e incríveis que já vi, ela é um doce, tem empatia e respeito e o mais impressionante: observa e se importa com o próximo, mesmo quando é machucada. Eu queria abraçá-la.

Sério, a vida e as pessoas precisam ser mais gentis com as diferenças e limitações do outro, afinal ninguém é perfeito, certo? Espero que depois de tudo o que coloquei aqui tenha empolgado vocês e estimulado para que conheçam esse mangá.

site: www.delivroemlivro.com.br
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