@thereader2408 16/07/2021Melhor reinar no inferno que servir no céuUm belo dia Lúcifer desafiou Deus, que não deixou barato, e enviou seus anjos para subjugar o anjo rebelde e seu secto para o inferno. Ao serem vencidos os anjos, agora demônios, desejam se vingar. Mas como fazer isso? Se via embate direto foram derrotados. Belzebu deu uma ideia. Um novo mundo foi criado para o Homem, a nova criatura de Deus, caso seja descoberta a fraqueza deste, a vingança tão almejada possa ser alcançada.
E é assim que começa a história de Paraíso Perdido ilustrado pelo artista Pedro Auladell baseado no clássico épico de John Milton, a HQ é perfeita para quem tem curiosidade sobre a obra, mas não tem vontade de encarar o original que tem mais de 300 anos. Foi a primeira poesia épica que eu li e gostei de verdade, já tinha lido A Ilíada, a Odisseia e A divina comédia de Dante, mas tive dificuldades e a leitura não fluiu, mas Paradise Lost de John Milton foi maravilhoso e tem resenha aqui neste IG.
A caveirinha caprichou nesta edição e a arte do Auladell é linda, uma verdadeira obra de arte e tem várias referências a pinturas clássicas que conversa perfeitamente com a história contada por Milton, uma das obras mais clássicas da humanidade...devo avisar que não é um quadrinho convencional, tem poucos diálogos e você precisa interpretar as imagens, por isso seria bom ler a obra original primeiro, apesar de que esse quadrinho funciona por si só.
Um fato que me chama muita atenção em Paraíso Perdido é a figura de Satã que nas mãos de Milton recebeu protagonismo, mais que as figuras de Adão e Eva, é um dos personagens mais interessantes e complexos da literatura. Em algumas partes a gente torce pelo Diabo e Milton fez isso em 1667!! Dá para acreditar?? O conflito entre Deus e Satã, assim como o desejo de redenção deste último, virou um marco sobre a criação do mundo até a queda do Homem. Essa obra é tão importante que influenciou figuras famosas como Mary Shelley, Lord Byron, William Blake, C. S. Lewis, Philip Pullman e Neil Gaiman.
Ó, por que não me criou um anjo inferior? Assim não haveria nascido em mim, quiçá², a ambição de superá-lo.
Não haver-me-á misericórdia?
Não, não pode haver.”
— Lúcifer, John Milton
Canta, ó musa celeste!
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