Hugo 01/03/2020
“Que se faça a Luz”: 10 Dias Perdidos, de Sam Hart
O cálculo do tempo, de milissegundos a anos, décadas, é uma estratégia humana tão elusiva quanto a natureza cronológica em si. A mensuração do tempo pela raça humana, apesar de artificial, é uma ciência baseada na observação de elementos do mundo natural – a rotação e translação da Terra; as estações do ano nos hemisférios; a sombra e luz no decorrer do dia. Contudo, a natureza sempre prevalece em tais cálculos, e não o contrário: se mudássemos o conceito de dia e noite, ainda assim a rotação do nosso planeta permaneceria a mesma. O mesmo não pode ser dito sobre o universo apresentado em 10 Dias Perdidos, mais recente obra de Sam Hart – o coautor da graphic novel Atômica: A cidade mais fria (The coldest city), publicada aqui no Brasil pela editora Darkside e posteriormente adaptada para as telas como Atômica (Atomic Blonde), estrelando a vencedora do Oscar Charlize Theron.
Em sua nova obra, partindo de uma mudança de Calendário ocorrida na nossa própria História – a transição do calendário Juliano de Roma, para o Gregoriano em 1582 –, cuja dificuldade de cálculos gerou uma réstia que nos subtrai um dia a cada 314 anos e que extinguiu, assim, 10 dias do ano, Hart arquiteta um mundo de astronomia e misticismo. Estrelas e corpos celestes são criados por humanos como homenagens e obras de arte encomendadas por nobres mecenas e, quando as criam, erros de cálculo – como o do Calendário – podem ocasionar efeitos desastrosos no mundo. É neste cenário que encontramos Sophya, a princípio uma personagem ocasional. A jovem auxilia seu irmão mais velho Tycho, e seu mentor Johannes, nos cálculos e criações de corpos celestes, quando é arrastada para uma trama que ameaça o espaço e tempo de maneira épica.
Texto completo de Diogo Magal no link
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